Pandemia

"A rua não é lugar para morar, muito menos para morrer", diz padre

Após fala do Papa sobre foto de pessoas em situação de rua em Las Vegas, padre Arlindo Pereira comentou situação dos sem-teto durante pandemia

Da redação, com Vatican News

Foto de pessoas em situação de rua dormindo em um estacionamento foi citada pelo Papa durante Missa desta quinta-feira, 2/ Foto: Steve Marcus – TPX Images of the day via Reuters

“Em um jornal, hoje, há uma foto que toca o coração: muitos sem-teto de uma cidade deitados num estacionamento, sob observação… Peçamos a Santa Teresa de Calcutá que desperte em nós o sentido da proximidade”. Essas foram as palavras do Papa Francisco, na manhã desta quinta-feira, 2, durante missa na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice dirigiu seu pensamento àqueles que estão pagando as consequências da pandemia do coronavírus, em particular aqueles que não têm uma casa.

As imagens às quais o Papa se referiu são de Las Vegas, nos Estados Unidos. Um abrigo para moradores de rua foi temporariamente transferido para um estacionamento descoberto após ser fechado por conta de um caso positivo do Covid-19. O fechamento do Catholic Charities of Southern Nevada deixou 500 pessoas sem lugar para dormir, forçando as autoridades da cidade a liberar o estacionamento de um centro de convenções. As imagens mostram os desabrigados deitados no asfalto demarcado com tinta branca em áreas que, supostamente, atendem às regras do distanciamento social para impedir a propagação do novo coronavírus. Eles permanecerão ali até 3 de abril, quando a Catholic Charities deve reabrir.

As fotos de Las Vegas evidenciam o dilema que inúmeras cidades estão enfrentando para atender os sem-teto. O mesmo acontece na cidade de São Paulo, onde, segundo o último censo, existem mais de 25 mil pessoas vivendo nas ruas, das quais mais de 12 mil estão sem abrigo. O verbita Padre Arlindo Pereira Dias afirma que são necessárias políticas públicas emergenciais urgentes para atender essas pessoas, que serão, segundo ele, as mais afetadas pela pandemia.

O sacerdote afirma que comunidades, grupos e movimentos já se mobilizaram com inúmeras ações de solidariedade, entre eles o Vicariato da Pastoral para o Povo da Rua, o Arsenal da Esperança e os franciscanos no Largo São Francisco. “Trata-se de viver a Campanha da Fraternidade em tempo de coronavírus”, afirma o verbita.

 

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