Situação dolorosa

Relatório registra 17 padres, religiosos e leigos mortos no mundo em 2025

Divulgado pela Agência Fides, documento anual identificou que a Nigéria é o país mais violento, com o assassinato de três sacerdotes e dois seminaristas

Da Redação, com Vatican News

Vela acesa em ambiente escuro, simbolizando luto, oração e memória.

Foto: Sixteen Miles Out via Unsplash

Em 2025, em todo o mundo, foram assassinados 17 sacerdotes, religiosas, seminaristas e leigos. Esses são os números do novo relatório sobre missionários e agentes pastorais que perderam a vida no contexto da propagação da fé, apresentado nesta terça-feira, 30, pela agência de notícias Fides, das Pontifícias Obras Missionárias.

O relatório revela como, no ano que está prestes a terminar, a África registrou o maior número de mortes, um total de 10: 6 sacerdotes, 2 seminaristas e 2 catequistas. “No continente americano”, continua o texto, “foram mortos 4 missionários (2 sacerdotes e 2 religiosas), na Ásia 2 (1 sacerdote e 1 leigo). Na Europa, foi morto 1 sacerdote.”

Propagadores do amor

Em 25 anos, de 2000 a 2025, a quantidade de missionários e agentes pastorais assassinados chegou a 626. Uma lista de homens, mulheres e jovens que, já há algum tempo, explica a Fides, “não se refere apenas a missionários ad gentes em sentido estrito, mas procura registrar todos os cristãos católicos envolvidos de alguma forma em atividade pastoral, mortos de forma violenta, mesmo que não expressamente ‘por ódio à fé'”.

Propagadores credíveis ​​do amor — como disse Leão XIV em sua homilia na Missa dos mártires e testemunhas da fé do Século XXI, em 14 de setembro, na Basílica de São Paulo — tornaram conhecida a Palavra de Deus “sem jamais usar as armas da força e da violência, mas abraçando a força frágil e gentil do Evangelho”. O relatório, no entanto, revela mais do que apenas dados e estatísticas. Revela também nomes e histórias, que muitas vezes retratam histórias de nações atormentadas por guerras, revoluções e pobreza. É o caso da África, o continente mais afetado pelo sangue derramado por sacerdotes e agentes pastorais.

Nigéria, a mais atingida

Entre as nações africanas, a Nigéria é a que registrou o maior número de assassinatos de sacerdotes e agentes pastorais este ano: três padres e dois seminaristas, vítimas da violência, sequestros e roubos que assolam o país há anos.

“Tudo isso é motivo de grande tristeza. E também de um pouco de vergonha”, disse o arcebispo Fortunatus Nwachukwu, secretário do Dicastério para a Evangelização, em entrevista sobre o relatório. “A Nigéria – argumentou ele – é um dos países com a população mais religiosa do mundo. Um povo de crentes, cristãos e muçulmanos. Todos nós dizemos que somos um povo de paz. Até mesmo nossos amigos muçulmanos repetem continuamente que o Islã é a religião da paz. E diante de certos fatos e certas situações, eu gostaria de ver os amigos muçulmanos denunciarem e rejeitarem o uso de sua religião para cometer atos de violência. Todos nós devemos rejeitar qualquer justificativa para o uso da religião para cometer atos violentos a ponto de matar pessoas.”

Dom Nwachukwu afirmou que uma intervenção externa indireta para apoiar o Estado e o governo contra grupos extremistas e ajudar o país a eliminar as causas da violência generalizada pode não ser totalmente injustificada ou inadequada. “Um país pode ​​se ver incapaz de lidar com suas próprias crises e divisões sem ajuda externa. Vejo muitos amigos muçulmanos que não sabem como reagir ao que está acontecendo. E a inação do governo é evidente”, explicou.

Haiti e Europa

A situação também é dolorosa no Haiti — onde, no contexto dramático do confronto entre gangues armadas em 21 de março, grupos armados assassinaram duas freiras da mesma congregação religiosa — e no México, onde um padre foi encontrado morto após ser sequestrado. Mas a Europa também não foi poupada. Na Polônia, em 13 de fevereiro, um sacerdote de 58 anos foi encontrado estrangulado na casa paroquial de sua igreja.

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