Celebrações da Santa Cruz na Planície de Nínive seguiram as normas de segurança sanitária neste tempo de pandemia
Da Redação, com Agência Fides
As dificuldades persistentes após a invasão jihadista em 2014 e os novos problemas ligados à difusão da pandemia da covid-19 não impediram os cristãos da Planície de Nínive de celebrar a Festa da Santa Cruz. A solenidade litúrgica é particularmente querida pela devoção popular das comunidades cristãs daquela região.
Na noite deste domingo, 13, os cristãos de Teleskof (Tesqopa), a norte de Mosul, encontraram-se na igreja de São Jorge para participar da missa e da procissão com velas realizada pelas ruas da cidade até a chamada “Colina do bispo”.
Participaram da celebração também dezenas de famílias cristãs originárias de Talkaif, Batnaya, Baqofah e também de Mosul, que, durante os ano da invasão jihadista, encontraram refúgio em Teleskof e ainda não retornaram às próprias casas.
Depois dos casos de contágio da covid-19 registrados também em cidades e vilarejos da Planície de Nínive, medidas preventivas foram colocadas em ação para assegurar que as celebrações da Santa Cruz pudessem se desenvolver em segurança do ponto de vista sanitário: antes de entrar na igreja, foi medida a temperatura de todos os participantes da missa, além da medida do uso de máscara e higienização das mãos.
Nos últimos anos, liturgias, procissões e momentos de devoção popular em honra da Santa Cruz representaram uma manifestação concreta da retomada da vida comunitária, depois de anos em que boa parte da cidade e dos vilarejos da Planície de Nínive, um tempo habitados por maioria de cristãos caldeus, sírios e assírios, se esvaziaram por causa da ocupação das milícias do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).
Em 2015, como referiu a Agência Fides, na cidade de Al Qosh, a procissão para a solenidade da Santa Cruz foi vivida como um sinal de esperança para todos os cristãos da Planície de Nínive. “Com esta procissão, e com os sinais exteriores bem visíveis que a acompanharam, os cristãos da alQosh mandaram também um sinal comovente, que nos interpela a todos. Quiseram dizer que: ainda estamos aqui, mesmo se ninguém nos protege, porque confiamos que a nos proteger é o Senhor Jesus, com Maria sua Mãe”, declarou na ocasião o sacerdote iraquiano siro-católico Nizar Semaan.