Tempo litúrgico

Quaresma: a partir da reflexão do Papa, padre ressalta o jejum e a fé

Sacerdote comenta primeira parte da mensagem do Papa para a Quaresma deste ano, que trata da fé e do jejum

Denise Claro
Da redação

quaresma

Mensagem do Papa para a Quaresma 2021 tem como tema “Vamos subir a Jerusalém”, do Evangelho de Mateus. / Foto: Canção Nova

A tradicional mensagem do Papa Francisco para a Quaresma foi apresentada no dia 12 de fevereiro. Para este ano de 2021, o Pontífice escolheu o tema baseado na passagem do Evangelho de Mateus: “Vamos subir a Jerusalém…” (Mt 20, 18). A mensagem motiva os fiéis a viverem bem este tempo de conversão, marcado pelo jejum, a oração e a penitência.

Padre Tiago Pimentel, da arquidiocese de Niterói, ressalta como a maneira didática com que o Papa escreve facilita a compreensão dos fiéis. Comenta também a mensagem, que já no início aborda o apelo de Jesus aos seus discípulos, para que, como Ele se entregou, também se entreguem à missão da salvação das almas.

“O tema e o início da mensagem do Santo Padre nos convidam a, como batizados e discípulos, nos associarmos também a esta missão pela salvação do mundo. Este convite vem após o anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Podemos dar continuidade a esta missão através das práticas da Quaresma: o jejum, a oração e a esmola.”

O sacerdote lembra que estas três práticas espirituais ajudam os cristãos a crescerem nas três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.

Em sua mensagem, o Papa diz que o jejum, a oração e a esmola são as condições para a conversão e a expressão da conversão do fiel.

“Ou seja, não é possível uma vida de conversão contínua sem a prática desses exercícios espirituais, que devem ser intensificados na Quaresma.”

Na primeira parte de sua mensagem, o Pontífice apresenta a primeira prática (o jejum) e a primeira virtude teologal (a fé).

O Papa inicia o primeiro tópico falando sobre a na Verdade manifestada em Cristo. A mensagem diz que o cristão deve acolher a Verdade e se tornar testemunha diante de Deus e dos irmãos. Neste tempo da Quaresma, significa deixar-se alcançar pela Palavra de Deus.

“O Papa salienta que essa Verdade, que é o próprio Jesus, não está direcionada apenas para os intelectuais, os superiores. É para o coração simples de qualquer um de nós, porque a Verdade é uma Pessoa. Quando nós nos encontramos com Ele, aderimos a esta Verdade, e permitimos que Ele faça morada em nós”, diz o sacerdote.

O sacerdote destaca que a leitura e a meditação da Palavra de Deus são importantes neste tempo. “Buscar, todos os dias, ler um pouco, meditar, sobretudo os Evangelhos. Quanto mais conhecemos Jesus, mais o amamos, e amando a Jesus, colocaremos em prática a Sua Vontade e cresceremos na Fé. Conhecer o Senhor para imitá-lo e para obedecê-lo.”

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Jejum

Segundo o Papa, o jejum é uma fonte de compreensão da realidade, ou seja, da verdade. Neste caminho de abertura a Deus, o sacerdote lembra que é preciso retirar do coração tudo o que impede esta morada divina, sobretudo o pecado.

“Na continuação da sua mensagem, o Papa diz que jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca. Retirar sobretudo o pecado, mas também a saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo. Coisas que nos prendem aqui nessa vida.”

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Padre Tiago lembra que o jejum é uma ajuda eficaz neste caminho para acolher Jesus como Salvador. Neste tempo da Quaresma, os cristãos devem repensar sua relação com Deus. A penitência e o jejum podem ajudar os fiéis neste sentido.

“Serão como um termômetro da nossa relação com Deus. Se somos capazes de nos privar de algo que gostamos por amor a Deus, entenderemos e veremos que estamos crescendo neste amor.”

O padre lembra que a penitência pode ser de um alimento do qual se gosta. Mas também o tempo de uso da internet, da televisão, de fazer o jejum e ficar um tempo sem comer.

“Isso fortifica a nossa vontade, e ao mesmo tempo nos faz olhar sobretudo para Deus. Entregar aquilo que apreciamos a Deus. Quanto à alimentação, devemos nos lembrar dos outros, de quem não tem o que comer. Assim nos fazemos também pobres, sabendo que tudo o que temos é uma dádiva de Deus.”

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