O reitor já havia pedido o afastamento para ajudar nas investigações do Ministério Público que recebeu denúncias de irregularidades administrativas
Da Redação
A Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás emitiu, neste domingo, 23, uma nota para tornar pública as medidas adotadas em relação às suspeitas levantadas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) de irregularidades financeiras na administração do presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), Padre Robson de Oliveira Pereira.
O comunicado assinado pelo superior provincial da Congregação, Padre André Ricardo, informa que o sacerdote não irá exercer qualquer ato de ministério sacerdotal, incluindo, entre outros, a absolvição de pecados (cf. cân. 967, §2) e a pregação (cf. cân. 764), com exceção apenas da celebração da Santa Missa estritamente ao interno da comunidade religiosa (cf. cân. 1333).
Ao sacerdote é concedida dispensa da proibição de celebrar a Eucaristia sem a participação de, pelo menos, algum fiel (cf. cân. 906), concedida também a dispensa da obrigação de usar o hábito eclesiástico (cf. cân. 284).
Padre Robson não poderá “participar, realizar e protagonizar programas de televisão, rádio ou internet. Isso inclui conceder qualquer entrevista jornalística ou de natureza semelhante”.
As medidas, de acordo com a nota, têm a “intenção de tentar proteger a boa reputação tanto da Igreja quanto do Revmo. Pe. Robson de Oliveira Pereira, para evitar escândalos e encorajar o clérigo a retomar sua boa fama”.
Padre Robson de Oliveira Pereira já havia pedido o afastamento, para contribuir com as investigações e para que se esclareçam todos os fatos, após operação deflagrada na manhã desta sexta-feira, 21, pelo Ministério Público. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, após supostas denúncias de irregularidades em imóveis ligados ao reitor do Santuário de Trindade, em Goiás.
A Arquidiocese de Goiânia, também em decreto publicado neste domingo, 23, e assinado por Dom Washington Cruz, destaca que para “garantir o curso da justiça e tutelar a fé, bem como investigar as acusações realizadas contra o sacerdote”, revoga, a partir do cânone 678, o uso de Ordens de Padre Robson de Oliveira no território da Arquidiocese. O decreto destaca, porém, que as medidas são de efeito administrativo e, portanto, não tem qualquer efeito penal.