Jornada Mundial da Juventude será realizada daqui a cinco meses em Portugal; até lá, série de matérias apresentará os patronos da JMJ 2023
Huanna Cruz
Da Redação
Com a aproximação da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá entre os dias 1 a 6 de agosto de 2023, em Lisboa, Portugal, nossa equipe inicia hoje uma série de matérias para apresentar os patronos do evento. Os jovens que vão participar desta edição são confiados a eles, santos e beatos ou com esse processo em curso, referências para a comunidade jovem.
O Comité Organizador Local da Jornada escolheu 13 patronos, mulheres, homens e jovens que “demonstraram que a vida de Cristo preenche e salva a juventude de sempre”, afirma o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente. São pessoas que nasceram no país que acolhe a JMJ ou que, naturais de outros lugares, são modelos para a juventude.
O pároco de Óbidos, A-dos-Negros e Gaeiras (Patriarcado de Lisboa, Portugal), padre Ricardo Figueiredo, fala que a importância dos patronos se dá não só pela dimensão do evento – em que todas as ajudas são necessárias – mas sobretudo porque o grande objetivo de uma JMJ é crescer na santidade. Logo, precisa-se de modelos de homens e mulheres que, em diversas épocas da história, com diversas idades e nos contextos mais diferentes, souberam viver a amizade com Jesus a um nível muito alto. Se a JMJ não fosse para fazer santos não valeria a pena existir.
“São 13 o número dos patronos, o número não tem qualquer simbolismo particular: surgiu no seguimento do tríplice critério que será referido em seguida. Havia alguns veneráveis que gostávamos que tivessem sido incluídos na lista, mas como ainda não foram beatificados ainda não é possível incluí-los”, afirmou o padre.
Os três critérios que nortearam a escolha, como adiantou o sacerdote, foram: em primeiro lugar, dois santos que dizem respeito à juventude e à história da JMJ: São João Bosco, patrono da juventude, e São João Paulo II, criador e grande impulsionador da Jornada. Depois, os santos naturais da diocese de Lisboa e, finalmente, alguns santos jovens.
Padre Ricardo afirmou que alguns desses patronos têm uma ligação direta com a JMJ. Basta citar São João Paulo II, criador do evento e grande impulsionador da juventude na Igreja católica.
Outros dois santos já viveram numa altura em que já acontecia a JMJ, como Chiara Badano e Carlo Acutis e foram eventos que acompanharam. “Os santos portugueses surgem sempre marcados pelo impulso missionário, como António de Lisboa, João de Brito ou João Fernandes, por isso personificam aquilo que se espera de uma JMJ: que os jovens partam animados a evangelizar o mundo”.
São João Paulo II
Para Padre Ricardo, São João Paulo II é o primeiro patrono da JMJ porque moldou de forma indelével o rosto da Igreja no período posterior ao II Concílio do Vaticano. Ele acrescenta que a JMJ é um dos eventos que mais profundamente está ligado ao perfil do Papa polaco. Foi o seu iniciador e marcou decididamente o rumo deste encontro, como escola de oração e de santidade.
Os modelos de santidade que surgem de todo o mundo de homens e mulheres que participaram em alguma JMJ é testemunho disso mesmo: é um evento onde se experimenta de forma tangível a Igreja universal, que fala várias línguas, que tem vários tons de pele, que provém de diversas culturas. “Ter João Paulo II como primeiro patrono é assim um convite a regressar às intuições mais originais que encontramos no coração do Papa: uma grande festa da fé que mostra que os jovens são chamados a ser santos e a ter Jesus na sua vida”.
Segundo o padre, deve-se distinguir a JMJ que se realiza todos os anos, em âmbito local, daquela realizada em nível mundial. No pontificado de João Paulo II, foram 19 eventos no geral e nove presididos por ele: (1985-Roma, 1987-Buenos Aires, 1989-Santiago de Compostela, 1991-Czestochowa, 1993-Denver, 1995-Manila, 1997-Paris, 2000-Roma, 2002-Toronto).
O pároco de Óbidos ainda afirmou que São João Paulo II é um modelo de santidade que foi construído nas mais diversas circunstâncias: desde a perda prematura da mãe até aos horrores da II Guerra Mundial e do domínio comunista na Polónia.
Karol Wojtyla nunca deixou de procurar em tudo a fidelidade radical a Jesus Cristo. Tem um perfil profundamente marcado pelo amor a Deus e pela grande devoção a Nossa Senhora. Depois, o seu pontificado é um marco de estabelecimento das reformas que nasceram do II Concílio do Vaticano e de harmonização e união de toda a Igreja. O fato de ser patrono da JMJ mostra a vitalidade do seu ministério e sobretudo como todos os jovens, mesmo no meio das maiores dificuldades, podem e devem ser fiéis a Jesus.
Outro aspecto a recordar são as visitas de São João Paulo II a Portugal. Em 1982 dirigiu-se a Fátima para agradecer o fato de a sua vida ter sido poupada no atentado um ano antes. Nesta ocasião, o Papa pôde celebrar uma Missa em Lisboa, no Parque Eduardo VII. O número de jovens foi enorme e o Papa, ao contemplar tantos jovens portugueses, alguns deles que até subiram a árvores para ver o Papa, teve a intuição de criar um grande encontro católico para jovens de todo o mundo. Aí nasceu no coração de João Paulo II a JMJ, que agora se vai realizar no mesmo lugar onde ela foi sonhada pela primeira vez. Depois, João Paulo II retornou a Portugal em em 1991 e em 2000.
Biografia
São João Paulo II (Karol Wojtyla) nasceu em 18 de maio de 1920, em Wadowice (Polónia). No contexto da II Guerra Mundial, amadureceu a sua vocação ao sacerdócio e, em novembro de 1946, foi ordenado presbítero. No dia 16 de outubro de 1978, com 58 anos de idade, foi eleito Papa.
Durante o seu pontificado, visitou 129 países e, em 1984, criou a JMJ (Jornada Mundial da Juventude). Faleceu no dia 2 de abril de 2005 e foi canonizado em 27 de abril de 2014. A sua festa litúrgica celebra-se a 22 de outubro.
Uma das insígnias episcopais é o báculo que representa o ofício de Bom Pastor, que guarda e acompanha com solicitude o rebanho que lhe foi confiado pelo Espírito Santo. O báculo do Papa João Paulo II era particularmente reconhecível pelo seu marcante crucifixo.
Oração a São João Paulo II
Deus, rico de misericórdia, que colocastes o papa João Paulo II, fundador da Jornada Mundial da Juventude,
à frente da vossa Igreja, fazei que, instruídos pelos seus ensinamentos, abramos confiadamente os nossos corações à graça salvadora de Cristo, único salvador do mundo, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.