Pastorais do Meio Ambiente surgiram para conscientizar a população diante da realidade atual do planeta
Da redação, com CNBB
A preservação e a proteção do meio ambiente são questões que vem sendo cada vez mais discutidas e debatidas no mundo. Nesta quinta-feira, 5, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) traz como tema “poluição do ar”. Segundo a organização, o objetivo é chamar a atenção para este problema evitável, mas que demanda ações urgentes e imediatas.
No Brasil, a Igreja trabalhou em seis Campanhas da Fraternidade a questão ambiental. A primeira foi em 1986 que teve como tema “Fraternidade e terra” e o lema “Terra de Deus, terra de irmãos” e a última em 2017, com a temática “Fraternidade: Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida”.
Nesse contexto da preservação ambiental, em 2015, o Papa Francisco publicou a Encíclica “Laudato si” (“Louvado seja”), sobre o cuidado da casa comum. Em artigo publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o título: ‘Vamos cuidar da nossa ‘Casa Comum’”, o arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, destaca que a Encíclica está relacionada com as questões ecológicas, com o cuidado da criação, o esforço por unir a sociedade na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, a partir das consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo.
Campanhas da Fraternidade e problemas ambientais motivaram o surgimento de Pastorais do Meio Ambiente e da Ecologia em arquidioceses e dioceses brasileiras.
São Paulo, por exemplo, conta com a Pastoral da Ecologia da Região Episcopal Santana da arquidiocese de São Paulo (SP), criada em setembro de 2003; a Pastoral do Meio Ambiente, na diocese de Itapetininga (SP), criada em junho de 2010; a Pastoral da Ecologia e Meio Ambiente, na diocese de Mogi das Cruzes (SP), criada em 2013; além da Comissão Socioambiental da diocese de São José dos Campos. Ainda na região Sudeste, a arquidiocese do Rio de Janeiro também conta com uma Pastoral da Ecologia desde 2013.
A região Nordeste também acolheu esse clamor e desenvolve ações pastorais no âmbito do meio ambiente. Na diocese de Bom Jesus da Lapa (BA), está instalada desde 2016 a Pastoral do Meio Ambiente, iniciada no município de Santa Maria da Vitória.
Ecologia na perspectiva sinodal
O Papa Francisco segue o caminho da preservação ambiental, reforçando o chamado para a “conversão ecológica”. Em 2017, convocou para outubro de 2019, o Sínodo para a Pan-Amazônia, que terá como tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Momento em que a Igreja retoma a célebre frase do Papa Paulo VI: “Cristo aponta para a Amazônia”.
A Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para Pan-Amazônia será realizada de 6 a 27 de outubro de 2019. De acordo com a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), pensar nesse sínodo é pensar nos povos e nações que vivem nos nove países (Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa) que tem em seu território o bioma Amazônico.
Ainda segundo a REPAM, pensar num Sínodo Pan-Amazônico é olhar para a América do Sul onde habitam 2.779.478 indígenas pertencentes a 390 povos originários e cerca de 137 povos “isolados” (não contatados). São pessoas que falam 240 línguas diferentes, pertencentes a 49 ramos linguísticos, as mais relevantes do ponto de vista histórico e cultural.
Contudo, é preciso lembrar as comunidades ribeirinhas, os territórios remanescentes de Comunidades Quilombolas, enfim, os povos da floresta, as comunidades tradicionais. Lembrar também as populações urbanas, que correspondem a 79% da população da Amazônia brasileira vivendo nas cidades, segundo levantamento da REPAM.
Em comunhão com o Sínodo para a Amazônia, a Comissão Socioambiental de São José dos Campos está preparando um evento para refletir sobre a temática do Sínodo e fortalecer o trabalho que tem sido desenvolvido. O grupo tem buscado promover apoio, sensibilização e formação socioambiental nas paróquias, pastorais, movimentos e organismos diocesanos.