Em ocasião dos 40 anos da associação, o Pontífice recebeu alguns participantes da obra e falou sobre o “carisma da esperança” e o trabalho realizado
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu a Fazenda da Esperança em audiência nesta sexta-feira, 29, no Vaticano, em comemoração aos 40 anos da associação. Aproximadamente 1.200 participantes, entre fundadores, membros da presidência, padres, consagrados, religiosos, voluntários e ex-acolhidos da comunidade, se encontraram com o Pontífice no Pátio de São Dâmaso.
Um dos fundadores da Fazenda da Esperança, padre José Luiz de Menezes, agradeceu ao Santo Padre pelo encontro e expressou a alegria em colaborar com a missão da Igreja por meio da associação. Depois, três testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas foram apresentados, para melhor ilustrar o carisma da Fazenda.
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No início de sua fala, o Papa expressou quão belo é este carisma, e exortou os presentes a “nunca abandonar essa vocação à esperança”. Ele também recordou o trecho do Evangelho em que Jesus se apresenta dizendo “eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me” (cf. Mt 25, 35-36), e manifestou que “o Senhor se identifica com nossos irmãos e irmãs mais pobres, mais necessitados e mais sofredores”.
“Eu era escravo das drogas e vocês me acolheram”
Francisco recordou o surgimento da associação, quando um jovem drogado pediu ajuda para se livrar da dependência das drogas e foi acolhido, iniciando esta missão. “O chamado que Deus lhes faz, para trazer esperança àqueles que talvez não tenham mais sentido em suas vidas, é um chamado para amá-Lo incondicionalmente nas pessoas que estão em situações de vulnerabilidade social”, apontou.
Na sequência, o Santo Padre indicou que um dos grandes problemas atuais do mundo é a indiferença. Entretanto, assinalou, a comunidade não ficou indiferente ao sofrimento que observaram nos rostos de tantos jovens, cujas vidas estavam destruídas pelas drogas e outros vícios.
“Vocês sabem muito bem que trazer esperança não significa apenas ajudar a superar vícios, a suplantar traumas, a encontrar seu lugar na família e na sociedade. (…) A reinserção na sociedade constitui, sem dúvida, uma prova da eficácia da iniciativa de vocês. Mas o que mais chama atenção, e confirma a validade do trabalho, são as conversões, o reencontro com Deus e a participação ativa na vida da Igreja”, exprimiu o Pontífice.
Um carisma confiado a todos
Ele também destacou que este carisma foi confiado a todos, não só aos fundadores. Estes foram “instrumentos providenciais para que esse dom tomasse forma”, mas “novas pessoas são chamadas a assumir a responsabilidade de preservar e fazer frutificar esse patrimônio espiritual que o Senhor lhes confiou”. Para isso, não precisam ter medo, mas apenas viver com humildade e confiança, e preservar a comunhão espiritual entre os membros, aconselhou o Papa.
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Por fim, Francisco expressou sua gratidão pelo testemunho de vida e oferta refletido nas diversas obras da associação pelo Brasil e pelo mundo. Ele também reconheceu e agradeceu o trabalho realizado com padres e consagrados religiosos para ajudá-los a superar desafios e problemas psicológicos próprios de sua vocação. “Continuem com esse belo trabalho, que é tão necessário para a Igreja”, concluiu.
Sobre a Fazenda da Esperança
A Fazenda da Esperança é uma comunidade terapêutica fundada em 1983, pelo Frei Hans Stapel e por Nelson Giovanelli, Iraci Leite e Lucilene Rosendo. A associação nasceu no contexto da Obra Social Nossa Senhora da Glória, em Guaratinguetá (SP), e tem como principais atividades a prevenção ao uso de drogas, o atendimento aos dependentes químicos e a reinserção social, fortalecendo os vínculos familiares dos acolhidos. A obra está presente no Brasil e em diversos países do mundo, e o acolhimento é baseado na espiritualidade, trabalho e convivência.
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