Após convite, Francisco envia mensagem a membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas reunido em Nova Iorque; Cardeal Gallagher representa o Pontífice
Da Redação, com Vatican News
Nesta quarta-feira, 14, o secretário para Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, Dom Paul Richard Gallagher, leu um discurso do Papa Francisco, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Gallagher transmitiu a mensagem preparada pelo Pontífice, que agradeceu o convite. “Estamos atravessamos um momento crucial para a humanidade, no qual a paz parece sucumbir diante da guerra”, contextualizou Francisco.
O Santo Padre afirmou, no texto, que há um aumento nos conflitos, ameaçando a estabilidade. Diante disso, algumas pessoas podem ter a sensação de impotência por parte do Conselho. Contudo, sob o olhar da Santa Sé, esse trabalho é essencial na promoção da paz.
Mundo enfrenta “escassez de fraternidade”
Neste contexto, o Papa convidou os membros do Conselho a “enfrentar os problemas comuns, distanciando-se das ideologias e particularismos, das visões e interesses partidários, cultivando uma única intenção: trabalhar para o bem de toda a humanidade”.
Ele também declarou que, mesmo com a globalização, as pessoas não se tornaram mais fraternas, embora estejam mais próximas. Pelo contrário, Francisco define a atual situação como “a escassez da fraternidade”, emergida da injustiça, da pobreza e da desigualdade.
Em meio a essa escassez surgem os conflitos armados e as guerras, que transformam não só pessoas em inimigos, mas povos e nações inteiras. “Com o nascimento das Nações Unidas parecia que a humanidade tivesse aprendido, depois de dois terríveis conflitos mundiais, a caminhar em direção a uma paz mais estável, a se tornar, finalmente, uma família de nações. Em vez disso, parece que se está voltando atrás na história”, expressou o Pontífice.
Paz, sonho de Deus para a humanidade
Segundo ele, o sonho de Deus para a humanidade é a paz. A guerra, entretanto, tem a transformado em um pesadelo. Neste sentido, o Santo Padre denuncia a venda de armas, que torna o conflito mais atrativo economicamente que o diálogo.
“É preciso mais coragem para abrir mão dos lucros fáceis a fim de manter a paz do que para vender armas cada vez mais sofisticadas e poderosas. É preciso mais coragem para buscar a paz do que para fazer a guerra. É preciso mais coragem para favorecer o encontro do que o confronto, para sentar-se à mesa das negociações do que para continuar as hostilidades”, escreveu.
Que a guerra fique no passado
Para conquistar a paz, Francisco indica a promoção da fraternidade, expressa no encontro e no acolhimento de quem sofre. Este é o ponto de partida concreto, não ima mera ideia abstrata. “A paz é possível, se realmente desejada! (…) estamos ainda em tempo para escrever um novo capítulo de paz na história: podemos fazer da guerra uma coisa do passado e não do futuro”, exortou.
Finalizando a sua mensagem, o Papa garantiu seu apoio e suas orações e a de todos os fiéis católicos por toda iniciativa e processo de paz. Por fim, pediu que não só o Conselho de Segurança, mas toda a Organização das Nações Unidas e cada um de seus Estados membro prestem “um serviço eficaz à humanidade, assumindo a responsabilidade de zelar não só pelo seu próprio futuro, mas também pelo de todos, com a audácia de renovar agora, sem medo, o que é preciso para promover a fraternidade e a paz em todo o planeta”.