“A emergência de saúde nos lembrou a fragilidade da vida humana e destacou a nossa interdependência”, afirmou Dom Urbańczyk em conferência da OSCE
Da redação, com Vatican News
A crise global causada pela pandemia da Covid-19 pode ser “uma ocasião para construir uma sociedade mais fraterna e compassiva”. Foi o que disse, nesta terça-feira, 21, o observador permanente da Santa Sé na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Dom Janusz Urbańczyk. O bispo falou na Conferência Asiática promovida pela própria organização.
Programada para esta segunda e terça-feira, tanto em presença na capital austríaca quanto on-line na plataforma Zoom, o encontro tem como tema “Respostas comuns aos desafios emergentes para promover a segurança global”.
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“A emergência de saúde nos lembrou a fragilidade da vida humana e destacou a nossa interdependência”, além de revelar que “o comportamento responsável e a solidariedade são fundamentais para não colocar os outros em perigo”, disse o prelado.
Aspectos negativos
Entretanto, não faltam aspectos negativos, como observou Dom Urbańczyk. Segundo o bispopandemia evidenciou “dramaticamente as desigualdades que colocam aqueles em situações vulneráveis e precárias em maior risco de sofrimento”.
De fato, enquanto o isolamento social “é bastante viável para pessoas abastadas que vivem em casas confortáveis”, torna-se “muito difícil, se não impossível” para os pobres, os migrantes e detentos “amontoados nas favelas urbanas, nos campos de refugiados e prisões”.
Daí o pedido de medidas de proteção urgentes e necessárias para todos eles, medidas que incluam o “acesso a medicamentos e vacinas”.
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Desigualdade de informações e recursos on-line
O observador permanente também denunciou “o acesso desigual a informações e recursos on-line”, que “podem causar mais vítimas em tempos de emergência sanitária, especialmente quando as informações cruciais sobre a Covid-19 não estão disponíveis para todos”.
Sem acesso igual a informações responsáveis, transparentes e atualizadas”, disse Dom Urbańczyk, “há o risco de se difundir uma cacofonia de suposições não comprovadas, que pode aumentar os riscos para a segurança e a saúde” de todos e de cada um.
Maior apoio às mulheres
Por fim, o prelado invocou “a necessidade de maior apoio às mulheres trabalhadoras, em particular às mulheres empregadas no setor da saúde pública”.
Recordando as palavras do Papa Francisco, reiterou que “as mulheres não devem ser discriminadas em termos de remuneração e promoção, ou pela perda de seus empregos”, pois “sua presença é cada vez mais preciosa no centro dos processos de renovação social, política, trabalhista e institucional”.
“As mulheres”, concluiu o observador permanente, “são necessárias para a renovação da sociedade e da economia”.