Prelado recorda drama causado pela pandemia da Covid-19 e oração memorável do Papa na Praça São Pedro, em março deste ano
Da redação, com Vatican News

Papa ao final do momento de oração do dia 27 de março de 2020/ Foto: Vatican Media
No encontro do Papa Francisco com os membros da Cúria Romana, realizado na manhã desta segunda-feira, 21, o decano do Colégio Cardinalício, o cardeal Re, discursou sobre a atmosfera de serenidade, alegria e de festa que todos os anos caracteriza a celebração do evento mais alto da história, o Natal. “Este ano é perturbado pela dramática situação criada pela pandemia da Covid-19. Isto leva-nos a nos reunir ainda mais em torno a Vossa Santidade, em comunhão de fé, de pensamento e de compromisso de serviço para o bem da Igreja e da humanidade”.
Segundo o cardeal, o Menino Jesus vem até a humanidade no Natal continua a ser a grande esperança também para os graves problemas que são enfrentados nesta época difícil e conturbada. “O ano que está chegado ao fim ficará na história pelo drama causado em todo o mundo por um pequeno vírus, mas também ficará na nossa memória com a imagem do Papa que sozinho, no evocativo e majestoso mas vazio cenário da Praça São Pedro, rezou e falou ao mundo durante as celebrações litúrgicas da Semana Santa“, apontou.
Dom Re prosseguiu afirmando que permanecerão vivas, nas mentes e nos corações, os discursos das quartas-feiras, os Angelus dominicais e as muitas iniciativas do Papa, que foram de apoio, conforto e encorajamento neste ano de sofrimento e dificuldades, no qual a pobreza de muitos tem aumentado, mas a generosidade e solidariedade de muitos também tem crescido. Neste tempo de dura provação para toda a família humana, houve expressões de solidariedade nunca antes vistas, reforçou.
“A Igreja se confirmou próxima à gente, com particular atenção aos sofredores, aos pobres, aos marginalizados, às pessoas sozinhas, e de uma forma especial às pessoas afetadas pelo coronavírus. Muitos sacerdotes foram admiráveis e, na sua generosidade pastoral, também assumiram riscos”.
Leia também
.: Menos consumista e mais autêntico: os votos do Papa para este Natal
A pandemia, porém, não abrandou a intensa atividade do Papa, sublinhou o cardeal. “As palavras de Francisco têm sido um farol de luz, de conforto e de esperança”. A crise, destacou o prelado, também não impediu a realização de grandes iniciativas em nível mundial como o “Pacto Educativo Global ” e oencontro em Assis dos jovens para “A Economia segundo Francisco”, embora no modo online.
Dom Re enfatizou que um dos eventos de maior ressonância foi o presente da terceira Encíclica de Francisco, “Fratelli tutti”, assinada em Assis, diante do Túmulo de S. Francisco, um lugar de grande significado simbólico. O documento teve imediatamente ampla divulgação e acolhida, com a sua mensagem de fraternidade e amizade social que não exclui ninguém e com o seu convite a cuidar uns dos outros e a promover uma sociedade fundada em relações de fraternidade.
“Esta importante Encíclica lembrou-nos que os problemas só podem ser resolvidos trabalhando em conjunto com outros, e destacou o fato de que o amor social é uma força capaz de inspirar novos caminhos para superar as dificuldades”.
Para o centenário do nascimento do Papa São João Paulo II, que ocorreu no último dia 20 de maio, o decano do Colégio Cardinalício lembrou que o Papa Francisco tinha planejado uma solene Concelebração Eucarística na Praça São Pedro, com a presença também de uma grande peregrinação da Polônia, mas a situação de emergência criada pelo coronavírus só permitiu ao Santo Padre celebrar a Missa naquela manhã no altar do seu túmulo na Basílica do Vaticano, explicando na sua homilia que o seu predecessor foi um modelo de Bispo que reza, e de Pastor próximo do povo, um vigoroso promotor de justiça no mundo e um fervoroso apóstolo da Divina Misericórdia.
Confiando na especial proteção de São José no ano a ele dedicado, a Igreja vive e avança no cumprimento da sua missão para o bem da humanidade, disse ainda o cardeal Re , seguindo a orientação de Francisco, “a quem todos renovamos a expressão da nossa fidelidade, o nosso apoio pleno e solidário e as nossas orações diárias”.