Memória litúrgica do Imaculado Coração de Maria é comemorada no sábado seguinte à solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrada ontem
Huanna Cruz
Da Redação
Neste sábado, 17, a Igreja celebra a memória litúrgica do Imaculado Coração de Maria. Esta é uma devoção reparadora, significa que o Coração Imaculado da Mãe é ofendido, ferido, sofre e precisa de reparação, que pode ser feita a partir de atos de piedade.
Segundo o missionário da Comunidade Canção Nova, padre Bruno Antônio de Oliveira, o fundamento da devoção ao Imaculado Coração de Maria encontra-se nos santos Evangelhos e nos escritos dos Santos Padres que refletiram e comentaram sobre esses textos.
Segundo o sacerdote, a devoção está totalmente embasada em dois textos-chave do novo Testamento que falam diretamente desta interioridade. São eles: “Maria, por sua vez, conservava todas essas coisas, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19) e “Sua mãe conservava todas essas coisas no coração” (Lc 2,51).
O padre Leonardo Ribeiro do Nascimento, da Comunidade Canção Nova, explica que a devoção teve seu maior crescimento a partir da segunda aparição da Santíssima Virgem Maria em 13 de junho de 1917, em Fátima, Portugal, aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta. Nesta ocasião, os pastorinhos viram Nossa Senhora com um coração na mão, cercado de espinhos. As três crianças compreenderam que aquele era o Coração Imaculado da Santíssima Virgem, ofendido pelos pecados da humanidade, que necessitavam de reparação.
Padre Bruno ressalta que Nossa Senhora também ensinou aos pastorinhos a devoção reparadora ao seu Imaculado Coração.
Consagração dos sábados
Padre Leonardo afirma que a consagração dos sábados à Virgem Santíssima é uma devoção antiga, que, inclusive, já se podia contemplar muito provavelmente nos primeiros séculos da Igreja. A presença da Missa de Nossa Senhora nos sábados, no missal romano de São Pio V, de 1570, mostra a antiguidade dessa prática, que consiste em honrar especialmente a Santa Mãe de Deus nesse dia da semana.
Apoiados nesta tradição da Igreja, os membros das confrarias do Rosário consagravam especialmente a Santíssima Virgem quinze sábados consecutivos de cada ano litúrgico. Durante esses sábados, eles se aproximavam dos sacramentos e cumpriam exercícios de piedade particulares em honra dos mistérios do santo rosário. Em 1889, o Papa Leão XIII concedeu a todos os fiéis uma indulgência plenária a ser ganha durante um desses quinze sábados.
Porém, foi com o Papa São Pio X que a devoção dos primeiros sábados foi aprovada pela Santa Sé. Em 13 de junho de 1912, São Pio X concedeu indulgência plenária, aplicável às almas dos fiéis defuntos, no primeiro sábado de cada mês, por todos aqueles que, nesse dia, se confessarem, comungarem, cumprirem exercícios particulares de devoção em honra da bem-aventurada Virgem Maria em espírito de reparação.
Atos de piedade
Segundo o padre Leonardo, são quatro os atos de piedade que devem ser praticados em reparação às ofensas ao Imaculado Coração. São eles: confissão, oração do terço, meditação dos mistérios do Rosário e comunhão.
Na confissão, deve-se confessar, preferencialmente, no primeiro sábado. Caso seja impossível, ou muito difícil, pode confessar-se com até oito dias ou mais de antecedência. Porém, é preciso estar em estado de graça no primeiro sábado do mês, a fim de fazer comunhão reparadora. Na confissão, a intenção fundamental deve ser a reparação às ofensas contra o Imaculado Coração de Maria.
A oração do Terço mariano também faz parte da devoção dos cinco primeiros sábados, que, do mesmo modo que a confissão, deve ser rezado na intenção da reparação do Imaculado Coração da Santíssima Virgem.
Os 15 minutos de meditação dos mistérios do Rosário foi um pedido da Virgem Santíssima, na intenção de reparação ao seu Imaculado Coração. Isso pode ser feito à escolha de cada um, não necessariamente fazer a meditação de todos os mistérios. Uma boa opção é fazer a meditação conforme os tempos litúrgicos, por exemplo, no Tempo Pascal, os mistérios gloriosos.
A comunhão é um ato essencial da devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria. Pode-se recordar o momento que aconteceu a comunhão milagrosa, dada aos três pastorinhos de Fátima pelo Anjo da Guarda de Portugal em 1916. Este momento teve um caráter eminentemente reparador. Portanto, a comunhão, por excelência, deve ser um momento de profunda união com Jesus, a fim de obter a graça da conversão pessoal e da conversão dos pecados da humanidade.