Além de cinco párocos do Brasil, o encontro internacional tem a presença de um jesuíta brasileiro que está entre os 20 facilitadores no evento
Kelen Galvan
Da redação, com Nilza Maia e padre Adelson Araújo
Cinco párocos do Brasil participam, na Itália, do Encontro Internacional “Os párocos para o Sínodo”, que acontece até quinta-feira, 2 de maio.
O evento acontece na casa de retiro “Fraterna Domus” na cidade de Sacrofano, nas proximidades de Roma, e reúne, desde domingo, 28, cerca de 300 párocos de todos os continentes, escolhidos pelas Conferências Episcopais e pelas Igrejas Orientais Católicas.
Daqui do Brasil, participam o padre Eliezer César de Paiva, da Diocese de Imperatriz (MA); o padre José Arnaldo Juliano dos Santos, da Arquidiocese de São Paulo; Padre Ricardo Pinto, da Arquidiocese de São Paulo; padre Ivanir Antonio Rampon, da Arquidiocese de Passo Fundo (RS); e padre Vitor Hugo Silva do Espírito Santo, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Experiência sinodal
Padre Ivanir Rampon afirma que o encontro está sendo muito especial e uma oportunidade de vivenciar essa experiência sinodal que a Igreja vive pelo mundo todo. “Foram experiências bonitas, de todos os continentes, de vários países, mostrando assim o trabalho que a Igreja realiza junto às comunidades, ao cárcere, ao cuidado com a casa comum, em favor da participação da juventude e na atenção para com os idosos”.
O sacerdote conta que, nesta segunda-feira, 29, o encontro de párocos iniciou com uma oração. Em seguida, tiveram uma introdução geral realizada pela coordenação do evento e, logo após, os participaram já iniciaram a experiência da “conversação no Espírito”, um instrumento para animar o discernimento comunitário conduzido pela ação do Espírito Santo. O primeiro dia de trabalhos encerrou-se com a Santa Missa.
“No grupo que eu faço parte, nós tínhamos padres de diversas partes do mundo e de todos os continentes, aonde pudemos partilhar experiências sinodais que estamos vivendo. Podemos dizer que existe uma grande diversidade, mas também uma grande unidade na busca de realizar o sonho de Deus para nosso mundo através de nossas ações pastorais”, destacou padre Ivanir Rampon, um dos cinco participantes provenientes do Brasil.
Silenciar para discernir
O encontro também conta com a presença de 20 experts e facilitadores, entre os quais está o brasileiro padre Adelson Araújo dos Santos, jesuíta que atualmente reside em Roma. O sacerdote é doutor em Teologia com especialização em Espiritualidade pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Padre Adelson destaca que o objetivo deste evento é motivar os párocos a contribuírem com sua experiência neste caminho sinodal. “O encontro está sendo desenvolvido muito no sentido da escuta, através do método da ‘conversação no Espírito’, aonde esses párocos vindo de tantos países diferentes se reúnem agrupados em diversas línguas (inglês, francês, espanhol e italiano) e são convidados a compartilhar a experiência já vivida em torno do tema da sinodalidade, do caminhar juntos, numa atitude de escuta e de discernimento em comum”, explica.
Ele conta que, ao longo dos trabalhos desta segunda-feira, houve vários momentos de oração e silêncio. “Entre uma partilha e outra, buscou-se valorizar o silêncio, porque o discernimento pede que tenhamos esses momentos para deixar que o Espírito Santo possa falar dentro do coração de cada um de nós”, enfatizou padre Adelson.
Outro sacerdote brasileiro, presente no encontro dos párocos, é o padre Fábio Vieira de Souza, da Arquidiocese de Montes Claros (MG), atualmente em missão no Canadá, na Diocese de Calgary. Atualmente ele é o pároco na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, que tem como foco atender aos fiéis de língua portuguesa e inglesa. Padre Fábio foi selecionado como um dos três representantes do Canadá.
As propostas dadas pelos párocos neste encontro contribuirão para a elaboração do Instrumentum laboris, documento de trabalho que servirá de base para a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal sobre a Sinodalidade, que será realizada em outubro.
O evento é promovido pela Secretaria Geral do Sínodo e o Dicastério para o Clero, em colaboração com o Dicastério para a Evangelização (setor para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares) e com o Dicastério para as Igrejas Orientais. O encontro é reservado e, no último dia de trabalhos, os participantes terão uma audiência com o Papa Francisco.