Sacerdote comenta convite feito pelo Papa Francisco a fiéis para que vivam dia de oração e jejum em súplica pelo fim das guerras no dia 7 de outubro
Gabriel Fontana
Da Redação
Em sua homilia na Missa de abertura da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, o Papa Francisco convocou os fiéis de todo o mundo a um dia de oração e jejum pela paz no dia 7 de outubro.
A data marca o aniversário do início do conflito entre Israel e o grupo radical Hamas, que levou a diversos ataques e tensões no Oriente Médio. Neste contexto, o Pontífice reforçou, na homilia, a necessidade de os fiéis voltarem o olhar para o mundo e proclamarem a alegria do Evangelho a todos.
“Precisamos disso, especialmente nesta hora dramática de nossa história, enquanto os ventos da guerra e os fogos da violência continuam a devastar povos e nações inteiras”, ressaltou o Santo Padre em referência aos diversos conflitos espalhados por todo o mundo.
Combate espiritual
Membro da Comunidade Canção Nova, o padre Vagner Baia destaca que o esforço empenhado pelo fim da guerra não é estritamente material, mas também um combate espiritual. Ele recorda o capítulo 6 da Carta de São Paulo aos Efésios, na qual o apóstolo escreve: “Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nos ares” (Ef 6,12).
“Quando o homem se afasta de Deus”, prossegue o sacerdote, “ele se torna presa fácil para as forças do mal agirem em sua vida. O ódio, a vingança, a destruição, tudo isso são as forças do mal agindo no coração do homem. A guerra, para nós, é sinal de uma fonte do mal destruidor que vem da força maligna”.
A importância da oração se baseia na confiança em Deus e no reconhecimento de que Ele tudo pode. “É o nosso diálogo com Deus”, afirma o missionário, “porque nós sabemos que Deus criou todas as coisas, fez todos os homens. Tudo pertence a Deus, é Ele que nos dá a graça de vivermos, Deus coloca em nós a alma e o Espírito”.
Destruir a força do mal
Diante do sofrimento daqueles que vivem em lugares afligidos pela guerra, padre Vagner salienta que os homens formam um só corpo em Deus (1Cor 12,26-27). Dessa forma, a humanidade padece junto com aqueles que sofrem e, por este motivo, o Papa convoca todos a se mortificarem em favor das vítimas da violência e dos conflitos.
“A mortificação é para que o outro saiba que nós estamos fazendo sacrifícios espirituais em favor daquela situação, e isso fortalece o outro. Ela anima o outro e também é um meio de destruir a força do mal, porque o mal tem força onde não há sacrifício, não há abstinência, não há penitência”, explica o sacerdote.
Existem diferentes formas de como fazer jejum, que variam desde alterações nas refeições do dia até a abstenção de qualquer alimento. Contudo, padre Vagner sublinha que todos os modelos são válidos, uma vez que “depende da ação de cada pessoa, do seu coração, da sua disponibilidade, do seu querer agir como um combatente para ajudar aquelas pessoas que estão sofrendo”.