Liturgia

Padre explica origem e vivência da Festa da Exaltação da Santa Cruz

Festa da Exaltação da Santa Cruz é celebrada hoje

Denise Claro
Da redação

Festa da Exaltação da Santa Cruz é celebrada nesta segunda, 14./ Foto de Arquivo: Canção Nova

Nesta segunda-feira, 14, é celebrada, em toda Igreja, a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A data é vivida desde o ano 335. 

Padre João Gabriel de Camargo, da Arquidiocese de Niterói (RJ), comenta que a festa faz menção a alguns fatos da história do povo de Deus. 

“Um deles é em relação às relíquias da Santa Cruz, as relíquias da Paixão de Jesus, que estavam ainda na Terra Santa, haviam sido roubadas e estavam escondidas. Constantino, filho de Santa Helena, às vésperas de uma luta, viu o sinal de uma Cruz Gloriosa no entardecer do sol, que significou para ele a vitória. A cruz não era só um sinal de sofrimento, mas de vitória. A partir daí, veio a abertura aos cristãos novamente à Terra Santa.”

O sacerdote conta que a mãe de Constantino teve um sonho, e foi então procurar as relíquias da Santa Cruz, que estavam em uma estátua de Vênus, pagã. As relíquias da Santa Cruz são recuperadas e também as outras duas cruzes, do “bom e do mal ladrão”.

“O bispo da época, na dúvida de qual das três seria a cruz de Cristo, mandou tocar com as três em uma mulher enferma. Quando tocou com as duas primeiras, nada aconteceu. Mas ao tocar a terceira cruz, ela foi curada de forma instantânea, e assim se teve a certeza de qual era a Cruz de Cristo.”

Uma parte da cruz foi, então, colocada em um relicário de prata e pedras preciosas no Monte Calvário. Uma segunda parte e os pregos foram levados para Roma, e estão hoje na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, em Roma.

O último evento, que talvez mais se relacione com a Festa da Exaltação da Santa Cruz, segundo o padre, foi o encontro das relíquias da Santa Cruz que haviam sido roubadas pelos persas.

Como viver esta festa

Padre João Gabriel é vigário na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Cabo Frio (RJ)./ Foto: Arquivo Pessoal.

Padre João Gabriel lembra como a data pode ser bem vivida. 

“A liturgia da Cruz é sempre uma liturgia triunfante, não é algo negativo. Recorda-nos o sofrimento de Cristo, mas também nos mostra que aquele sofrimento não é um sofrimento vão, vazio, mas nos traz a vitória que é a vitória de Cristo na sua ressurreição. Celebra-se a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. A Cruz é para nós um glorioso troféu.”

Um fato que é importante ser recordado também é que a cruz faz referência à serpente de bronze que Moisés levantou no deserto enquanto o povo caminhava. O povo, que havia sido picado por serpentes, ao olhar para a serpente de bronze, ficava curado.

O sacerdote explica que a Cruz é um sinal de salvação, que o cristão pode e deve ter em casa, no carro, para que sempre que olhe, lembre-se de Jesus. 

“Assim nós devemos viver hoje. Olhar para a Cruz de Jesus. Não há como chegar à ressurreição sem passar pela cruz de Cristo. O sofrimento na nossa vida é inevitável. Mas este é o mistério da Cruz: quando unimos o nosso sofrimento ao sofrimento de Cristo, somos curados e experimentamos os frutos da redenção para a nossa vida.”

Pandemia

No contexto atual de pandemia do novo coronavírus, muitos são os que ainda não conseguem participar das celebrações.

“É importante que, mesmo que o fiel não possa ir à missa presencialmente, neste dia 14 de setembro, viva de casa a liturgia, tenha um momento com a Cruz, abrace mesmo o crucifixo, para que espiritualmente também faça esta experiência de abraçar a Cruz de Cristo, de assumi-la. Pode-se acender uma vela diante da Cruz, ler os textos da missa, unindo-se com toda a família à Cruz de Cristo e entregando a Ele as cruzes de sua vida e as cruzes deste mundo”, finaliza o padre.

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