Dia de Todos os Santos

O céu é a recompensa de quem busca a santidade, afirma padre

Sacerdote comenta Solenidade de Todos os Santos celebrada nesta segunda-feira, 1°, e destaca importância dos fiéis buscarem a santidade: “Deus está muito perto de nós”

Julia Beck
Da redação

Foto: Loic Antoine – IStock

“Todo esforço pela santidade é recompensado com a posse do céu. É o presente de Deus e meta dos filhos seus”. Esta é a mensagem principal do Dia de Todos os Santos celebrado nesta segunda-feira, 1°, de acordo com padre Wagner Souza, da diocese de Itaguaí (RJ).

O sacerdote lembra que a solenidade teve início no século IV com o culto aos mártires. “Há também algumas fontes que a ligam com uma festa de tradição Celta chamada “Samhaim”. De natureza pagã, mais tarde essa festa deu início também ao dia das bruxas”, aponta.

“Samhain”, de acordo com o presbítero, era celebrada no 1° dia de novembro. Ela marcava o início do inverno como a morte da natureza, devido a mudança da temperatura que deixava os dias mais cinzentos e nublados.

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Tendo se espalhado muito rápido entre os povos, padre Wagner frisa que esta cultura e tradição começou a ser reinterpretada com o Papa Bonifácio IV no século VII. No próximo século o então Papa Gregório III fixou a comemoração de todos os santos. A celebração passou a ser celebrada em 1° de novembro e não mais em 13 de maio, como os povos antigos celebravam.

“Assim, ao contrário da tradição passada que celebrava a morte da natureza, agora a data enfatiza a posse da nova natureza reconciliada com Deus, que habita na glória do céu, onde vivem também os seus santos”, explica.

Santidade

Ao comentar sobre a santidade e os esforços recentes da Igreja em desmistificar a ideia de que a santidade é algo “distante”, padre Wagner lembra da fala do Papa Francisco sobre a “santidade ao pé da porta”.

“Deus está muito perto de nós, e as possibilidades de estabelecermos contato com Ele também. Logo a santidade não é apenas algo possível, mas uma realidade concreta do nosso dia a dia”, ressalta.

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A santidade, continua o sacerdote, não é privilégio dos padres e consagrados, mas uma meta que pode ser alcançada, quer seja na solidão do deserto ou na agitação das cidades, no silêncio de um convento ou na correria das múltiplas atividades do cotidiano.

Para viver a meta de ser santo, o presbítero afirma: “Basta que centralizemos a vida em Cristo e busquemos nEle a plenitude da vida que desejamos viver”.

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Padre Wagner Emídio de Souza/ Foto: Arquivo Pessoal – Padre Wagner

“Brasil precisa de santos”

Em 18 de outubro de 1991, em Florianópolis, na canonização de Santa Paulina, o Papa João Paulo II afirmou: “O Brasil precisa de santos; o Brasil precisa de muitos santos!”.

Padre Wagner sublinha que o número de santos que existe em um determinado lugar exprime a qualidade da vivência eclesial e do testemunho de fé que ali existe.

O Brasil, segundo o sacerdote, é um país de maioria católica. “Sem dúvida nenhuma podemos caprichar mais no testemunho de fé, a partir da maneira como vivemos e servimos a Deus”, opina.

O presbítero destaca que a Igreja, o Brasil e o mundo precisam de gente disposta a viver para o céu, já aqui na terra. “Por isso, precisamos de santos, muitos santos”, complementa.

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Devoção à Nhá Chica

Além dos dois brasileiros elevados à honra dos Altares como santos, Frei Galvão e Irmã Dulce, o Brasil possui ainda muitos outros missionários e habitantes que, testemunhando a fé, alcançaram a santidade em terras brasileiras.

Entre os santos e beatos, padre Wagner ressalta sua devoção à Nhá Chica. “O que me encanta em sua vida, é que era virgem e leiga. Para mim, Nhá Chica é, como disse o Papa por ocasião de sua beatificação, uma ‘luminosa discípula do Senhor’”.

A vida de Nhá Chica, frisa o sacerdote, ilumina o caminho e mostra que a santidade é de fato uma possibilidade para todos, sobretudo para os leigos. Homens e mulheres “são chamados a fazer a diferença na vida do mundo, na comunidade, no trabalho e na família, sendo sinal de esperança, consolo e proteção em nome de Deus, na história de cada pessoa”.

Nhá Chica teve fé na providência e comprometimento com os pobres, e deste modo conseguiu fazer de sua propriedade no interior das Minas Gerais, um oásis para o descanso e alento de todo coração que por ali passava e ainda passa em busca de paz e alegria, conclui.

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