Publicada carta do Dicastério para a Doutrina da Fé ao Arcebispo de Prešov para os católicos do rito bizantino, no local das supostas aparições de Maria
Da redação, com Vatican News

Supostas aparições marianas aconteceram próximo a Litmanovà, Eslováquia / Foto: Reprodução Youtube
Prossegue o trabalho do Dicastério para a Doutrina da Fé, que, graças às novas normas publicadas no ano passado, concedeu o aval (nihil obstat) ao avaliar os frutos espirituais ligados às supostas aparições marianas ocorridas entre 1990 e 1995 em Litmanová, no Monte Zvir, Eslováquia. A carta do Cardeal-Prefeito Victor Manuel Fernández é endereçada ao Arcebispo de Prešov para os católicos de rito bizantino, Dom Jonáš Jozef Maxim.
Acolhendo o pedido do bispo, que cita as inúmeras “confissões sinceras e profundas” e conversões, e aprecia os “muitos frutos espirituais obtidos pelos peregrinos que não deixam de frequentar o local” não obstante o suposto fenômeno tenha se concluído trinta anos atrás, o Dicastério analisou as mensagens relacionadas a essas aparições. Estas contêm “preciosos convites à conversão”: “Deixem que Jesus os liberte… E não permitam que o seu Inimigo limite a sua liberdade, pela qual Jesus derramou tanto sangue”. A própria Nossa Senhora se apresenta como “feliz” e nos convida a encontrar o verdadeiro caminho para a felicidade no reconhecimento de sermos amados incondicionalmente: “Eu os amo como são… Quero que sejam felizes, mas este mundo não os fará felizes”.
Várias mensagens incentivam as pessoas, mostrando que o caminho do Evangelho não é complicado: “Ele os quer sempre mais simples. Encontrar alegria e paz no Senhor permite testemunhar e espalhar paz”. As mensagens também postulam a necessidade de uma resposta e de um envolvimento na iniciativa do Senhor, imitando Cristo que se doa por amor. Amar nossos irmãos torna-se a síntese da nossa resposta e da nossa realização.
Na carta, o cardeal Fernández reconhece que um número limitado de mensagens apresenta passagens com “algumas ambiguidades e aspectos pouco claros”, mas, levando em conta o que a Comissão Doutrinária sobre o caso já havia declarado em um relatório de 2011, acredita-se que isso se deve à interpretação interior dos supostos videntes. De fato, essas poucas mensagens não são apresentadas como locuções, mas como experiências interiores: quem as vive, tenta traduzi-las em palavras que, no entanto, resultam necessariamente imprecisas. Por esse motivo, convida-se o bispo a publicar uma coletânea “que exclua essas poucas declarações que podem levar à confusão e perturbar a fé das pessoas simples”.
O Dicastério reitera que o “nihil obstat” não implica o reconhecimento da autenticidade sobrenatural das supostas aparições, mas “permite, no entanto, aprovar o culto público e informar aos fiéis que, se assim o desejarem, podem se aproximar sem riscos dessa proposta espiritual”.
As supostas aparições começaram em 5 de agosto de 1990, a três quilômetros de Litmanová, um pequeno vilarejo de tradição católica bizantina nas montanhas do norte da Eslováquia, e envolveram três crianças, Ivetka Korcáková, de 11 anos, Katka Ceselkovâ, de 12 anos, e Mitko Ceselka, de 9 anos. A Virgem se apresentou com o título de Pureza Imaculada.