Um acordo assinado entre a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento e o Hospital Pediátrico Bambino Gesù do Vaticano prevê o acolhimento e tratamento de 25 jovens líbios com doenças graves
Da redação, com Vatican News
O sistema de saúde libanês foi devastado por mais de uma década de guerra e instabilidade. Médicos libaneses e equipes técnicas encaram diversos problemas diariamente, e os hospitais do país e centros médicos sofrem com instabilidade de energia constante, suplementos médicos insuficientes e falta de profissionais.
A emergência causada pela Covid-19 teve um impacto ainda mais profundo no sistema médico da Líbia que resultou num estado de quase insuficiência total.
Tudo isso tornou o cenário devastador, em particular para aqueles que sofrem de doenças mais sérias, incluindo as crianças.
Em resposta à crise, o Hospital Pediátrico Bambino Gesù assinou um acordo com a Agência Italiana para Desenvolvimento e Cooperação (AICS) para o tratamento na Itália de crianças que sofrem de doenças graves. O acordo, no valor de 2.425 milhões de euros, é parte de um projeto da AICS para ajudar às crianças libanesas.
Ele permitirá que 25 pacientes pediátricos, que não podem ser tratados na Líbia, sejam transportados para a Itália e atendidos pelo Hospital Bambino Gesù.
As crianças serão acompanhadas por um dos pais ou pelo responsável legal, receberão cuidados de saúde, assistência social e psicológica e poderão continuar a escolaridade. Mediadores culturais de língua árabe facilitarão a comunicação adequada entre os jovens pacientes, suas famílias e a equipe do hospital.
Sinergia frutífera e humana
Luca Maestripieri, diretor da AICS, descreveu o acordo como fruto de uma parceria efetiva, fruto da sinergia entre o compromisso humanitário e a excelência clínica proporcionada por uma instituição de saúde como o Hospital Bambino Gesù.
O Hospital também se encarregará dos controles clínicos, como os Hospitais de Dia, e contribuirá para outras despesas que os pacientes e suas famílias enfrentam durante sua estadia em Roma.
Maestripieri observou que outros parceiros apoiam ativamente o acordo, como o escritório da AICS em Túnis, o Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália e a Embaixada de Trípoli.
“Todos esses são pré-requisitos que me deixam particularmente confiante de que este novo acordo será capaz de alcançar os resultados desejados e, o que é mais importante, dará uma nova vida a 25 jovens pacientes líbios”, disse ele.
Um senso de emergência renovado
Ao finalizar a assinatura do acordo, Mariella Enoc expressou a necessidade de responsabilidade pelos valores mais importantes. “Enquanto conflitos sanguinários e sem sentido pelo mundo, desastres climáticos e aumento da pobreza têm afetado os mais jovens e indefesos, sentimos um senso renovado de urgência em nossa responsabilidade e oferecer às crianças deste mundo que precisam de nossas habilidades para cuidado e acolhê-los”, disse.
Os pequenos pacientes serão identificados pela Embaixada da Itália em Trípoli, em estreita coordenação com os Hospitais Pediátricos em Trípoli, Benghazi, Sebha e Kufr, que compartilharão informações médicas relevantes e fornecerão suporte para a continuação dos cuidados e tratamento quando retornarem à Líbia.
A iniciativa resulta de uma parceria entre estas mesmas partes iniciada em 2019, que até agora conseguiu oferecer tratamento a 12 jovens líbios com doenças onco-hematológicas.