Nota publicada por Pontifícia Academia para a Vida apoia posição da Conferência Episcopal Francesa quanto à inclusão do direito ao aborto na Constituição da França
Da Redação, com Vatican News
“Precisamente na era dos direitos humanos universais, não pode haver um ‘direito’ de suprimir uma vida humana”. É o que diz uma nota publicada pela Pontifícia Academia para a Vida em apoio ao posicionamento da Conferência Episcopal Francesa quanto à proposta de inclusão da garantia de liberdade ao aborto na Constituição da França.
Na quarta-feira, 28 de fevereiro, o Senado havia aprovado o texto em primeira leitura e sem emendas, com 267 votos a favor e 50 contra. Por conta disso, na quinta-feira, 29, o episcopado francês expressou sua tristeza e preocupação com o avanço da pauta, destacando que essa prática “continua a ser um atentado à vida desde o início” e não pode ser vista apenas na perspectiva dos direitos das mulheres.
A decisão abriu caminho para que, nesta segunda-feira, 4, acontecesse uma votação no Congresso do Parlamento. Era necessário que três quintos dos parlamentares aprovassem a proposta para ela ser inserida na Constituição, o que aconteceu na tarde desta segunda-feira.
Nota da Pontifícia Academia para a Vida
Guiada por Dom Vincenzo Paglia, a Pontifícia Academia para a Vida apoia a Conferência e “apela a todos os governos e a todas as tradições religiosas” para que façam o melhor possível. “Nesta fase da história, a proteção da vida se torne uma prioridade absoluta, com passos concretos em favor da paz e da justiça social, com medidas eficazes para o acesso universal aos recursos, à educação e à saúde”, enfatiza.
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“As situações particulares de vida e os contextos difíceis e dramáticos do nosso tempo devem ser enfrentados com as ferramentas de uma civilização jurídica que se preocupa, em primeiro lugar, com a proteção dos mais fracos e vulneráveis”, argumenta a Academia, acrescentando que “a proteção da vida humana é o primeiro objetivo da humanidade e só pode se desenvolver em um mundo livre de conflitos e lacerações, com a ciência, a tecnologia e a indústria a serviço da pessoa humana e da fraternidade.”
A nota frisa ainda que, para a Igreja Católica, “a defesa da vida não é uma ideologia”, como enfatizou o Papa Francisco na audiência geral de 25 de março de 2020, mas “uma realidade humana que envolve todos os cristãos, precisamente porque são cristãos e porque são humanos.”
Trata-se de “uma questão de agir em nível cultural e educacional para transmitir às gerações futuras a atitude à solidariedade, ao cuidado, à acolhida”, conscientes “de que a cultura da vida não é patrimônio exclusivo dos cristãos, mas pertence a todos aqueles que, trabalhando para construir relações fraternas, reconhecem o valor de cada pessoa, mesmo quando frágil e sofredora”, conclui o texto