As organizações católicas procuram dar uma resposta humanitária durante a pandemia ao ajudar os mais vulneráveis que sofrem com a crise global
Da Redação, com Agências
No boletim da Seção Migrantes e Refugiados, ligado ao Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, foram relatadas algumas das iniciativas da Igreja Católica para o auxílio das populações mais vulneráveis à pandemia.
No documento, são descritas as boas práticas da Igreja realizadas no interior da Amazônia e no auxílio aos trabalhadores imigrantes, por exemplo, que não podem voltar para o país de origem devido às restrições nas fronteiras. A pandemia tem revelado ainda mais o trabalho dos católicos nos recantos mais pobres do mundo, seja nas aldeias da Amazônia ou nos alojamentos de imigrantes e campos de refugiados em diferentes partes do mundo.
A Igreja, em muitos casos, acaba se transformando numa instância essencial para defender os mais vulneráveis do coronavírus. No Brasil, “é uma importante e ativa aliada das organizações dos povos indígenas”, afirma padre Ron Macdonell, da Sociedade de Scarboro para as Missões Estrangeiras.
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A Cáritas de Bangladesh, por exemplo, conseguiu autorização para entrar no maior campo de refugiados do mundo, que fica em Bazar em Cox. Os voluntários distribuíram kits de higiene, fizeram a manutenção dos sanitários partilhados e o monitoramento da situação local da pandemia.
Na Jordânia, a Comissão Católica Internacional das Migrações (ICMC) presta assistência remota aos refugiados e à população vulnerável, em conformidade com as orientações do governo. Na região autônoma de Macau, a Cáritas distribui alimentos e cheques aos trabalhadores migrantes, na sua maioria, filipinos e indonésios, que não puderam regressar ao país de origem pelas restrições nas fronteiras. Além de apoiar localmente 3 mil pessoas, a Cáritas Macau enviou cerca de 72 mil euros para ajudar trabalhadores migrantes em Portugal, Itália, Irã e Índia.
A Igreja local em atuação
Os bispos da Venezuela e da Colômbia, para incentivar a hospitalidade nas fronteiras por onde os migrantes venezuelanos regressam ao país, promovem a campanha “Não me pesa, é meu irmão”.
No México, a Casa do Migrante Monsenhor Guillermo Ramsauer González, em Oluta, administrada pela Igreja católica, se transformou num espaço seguro para combater a Covid-19 e também a xenofobia. O abrigo acolhe migrantes da América Central e do Sul. Já em Nuevo Laredo, é a Casa do Migrante Nazaré, dos missionários Scalabrinianos, que recebe os deportados dos Estados Unidos para não se tornarem vítimas do coronavírus e do crime organizado.
Iniciativas de outras congregações religiosas, como dos Jesuítas na África Central e dos Salesianos na Espanha também constam no último boletim semanal da Seção Migrantes e Refugiados do Vaticano.