Esperança

Mosteiro devastado por jihadistas pode renascer na Síria

Há um projeto de revitalização para o mosteiro de Mar Elian, devastado em 2016

Da Redação, com Agência Fides

O antigo mosteiro de Mar Elian, na periferia da cidade síria de Quaryatayn, devastado em 2016 por ação jihadista, em breve pode voltar a ser um lugar de oração e de paz para cristãos e muçulmanos. Quem anuncia é o monge da comunidade de Deir Mar Musa, padre Jacques Mourad.

Segundo o sacerdote, a revitalização será possível graças a um acordo entre a arquieparquia siro-católica de Homs, Hama e Nabk e a comunidade monástica de Deir Mar Musa, fundada pelo padre Paolo Dall’Oglio. O plano de reconstrução prevê, primeiro, o replantio de vinhas e olivais nos terrenos ao redor do mosteiro. Junto a isso, a reconstrução dos muros e das portas de acesso.

O próximo passo será favorecer o retorno a Qaryatayn dos cristãos que viviam lá e foram forçados a fugir durante a guerra. A proposta é apoiar a reconstrução de suas casas e a revitalização de plantações e atividades que garantiam sua independência econômica. Se esta primeira fase correr bem, passará à reconstrução propriamente dita do mosteiro e da igreja paroquial. E assim serão reiniciados também os trabalhos de recuperação arqueológica em torno do túmulo do santo. 

Alegria e esperança

A notícia do projeto de revitalização do mosteiro de Qaryatayn é partilhada pelo padre Jacques confiante de que isso suscitará alegria e consolo. Há um vínculo espiritual entre o mosteiro e a vocação da comunidade monástica de Deir Mar Musa.

Atualmente, na região de Qaryatayn, vivem menos de 10 mil muçulmanos, enquanto os cristãos são apenas 26. Mas há experiências semelhantes que encorajam a seguir adiante. Um exemplo é o caso dos cristãos que retornaram, pelo menos em parte, às aldeias iraquianas da planície de Nínive, de onde fugiram frente ao avanço das milícias jihadistas.

Histórico do Santuário de Mar Elian

Nos anos anteriores ao conflito, o antigo Santuário de Mar Elian, que remonta ao século V, havia se filiado à comunidade monástica de Deir Mar Musa e viveu um período de florescimento, também cercado pela simpatia da população muçulmana predominante. Isso sob a condução do padre Jacques Mourad, que até então exercia a função de Prior.

Em 2015, padre Jacques foi sequestrado por jihadistas, que em agosto daquele ano tomaram o controle de toda a região. Desde os primeiros dias da ocupação jihadista, o túmulo de Mar Elian foi brutalmente profanado, para apagar aquilo que aos olhos dos afiliados ao Estado Islâmico representava o coração do complexo monástico. No entanto, as relíquias, que se espalharam ao redor do sepulcro do santo, não foram perdidas. Em particular os ossos foram encontrados, reunidos e transferidos sob custódia a Homs em abril de 2016, após o fim da ocupação jihadista na área.

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Na época, padre Jacques declarou à Agência Fides: “Sabemos que o antigo santuário foi arrasado, que o sítio arqueológico foi devastado, enquanto a igreja nova e o mosteiro foram incendiados e em parte bombardeados. Quando, no futuro, voltarmos a trabalhar em Mar Elian, voltaremos com as relíquias do santo ao seu lugar. Em torno da memória dos santos florescerá novamente a vida de graça. E será um grande sinal de benção para toda a nossa Igreja”.

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