Arcebispo de Hassaké-Sisibi por mais de 20 anos, Dom Jacques Hindo permaneceu ao lado dos cristãos na Síria frente a conflitos
Da Redação, com Agência Fides
O arcebispo emérito da arquieparquia católica síria de Hassakè-Nisibi, Dom Jacques Behnan Hindo, morreu no domingo, 6, aos 80 anos. Ele sofria de uma longa doença e estava em Paris, para onde havia sido transferido para tratamento de saúde.
Por mais de 20 anos, de 1996 a 2019, ele conduziu a arquidiocese siro-católica. Permaneceu próximo às comunidades cristãs locais afetadas – como o resto da população – pela violência do conflito sírio.
Dom Hindo foi ordenado padre em maio de 1969. Sua nomeação como arcebispo siro católico de Hassaké-Nisibi foi em 1996. Ele recebeu a ordenação episcopal um ano depois, em 18 de junho de 1997.
Proximidade ao povo sírio em meio a conflitos
Nos anos do conflito, Dom Hindo representou também uma voz livre, pôde descrever as reais condições das comunidades cristãs locais. Em setembro de 2013, escreveu uma carta aberta ao então presidente dos Estados Unidos, Barack Obam, para pedir que parasse com os projetos de intervenção militar na Síria.
Nas fases mais sangrentas do conflito, o arcebispo acompanhou de perto o sofrimento dos mais de 250 cristãos assírios no vale de Khabur. Eles foram feitos reféns por milicianos jihadistas em fevereiro de 2015 e depois libertados, um grupo de cada vez, conforme as cotas solicitadas pelos sequestradores.
Em 2015, as circunstâncias levaram Dom Hindo a assumir também atribuições de caráter público. Emergências sanitárias e alimentares sugiram para a população civil enquanto em Hassaké a contra-ofensiva das forças curdas e do exército sírio sitiaram os subúrbios periféricos ainda ocupados pelas milícias jihadistas do Estado Islâmico.
Mesmo quando ficou doente, o arcebispo não deixou de dirigir o olhar para o sofrimento do povo. “Não é verdade que a guerra terminou na Síria. Continuamos a subir nosso Gólgota”, declarou à Agência Fides no fim de março de 2018. Na ocasião, ele descreveu assim os sentimentos com que os cristãos da região síria de Jazira se preparavam para a Semana Santa.