“Todas as músicas são oração”, é o que afirma o recém-nomeado diretor do coral da Capela Sistina
Da redação, com Vatican News
Surpresa, maravilha e preocupação: assim, o Diretor da Capela Musical Pontifícia “Sistina”, Monsenhor Marcos Pavan, recebeu a notícia de sua nomeação por parte do Papa Francisco no domingo, 22. Ele estava interinamente à frente do coral há um ano e meio. O maestro brasileiro assumiu o cargo fazendo sua estreia oficial neste final de semana, no Consistório Ordinário Público e na missa concelebrada pelo Pontífice com os novos cardeais.
Cantar a liturgia, não na liturgia
O coral do Vaticano é composto por 20 adultos e 32 crianças, mas devido à pandemia, os ensaios são feitos com oito adultos e quatro ou cinco meninos. Também na cerimônias na Basílica de São Pedro os cantores são divididos em grupos para respeitar a distância de, pelo menos, dois metros.
Monsenhor Pavan concedeu uma entrevista ao Vatican News e comentou sobre as origens do coral e de alguns aspectos técnicos da escolha do repertório. Ele explica, por exemplo, que a preparação é feita com o mestre das celebrações litúrgicas, Monsenhor Guido Marini, e de acordo com o caráter da festa.
“A música é parte integrante da liturgia e não somente um fundo musical. A gente não canta na liturgia, a gente canta a liturgia.” – monsenhor Pavan
O brasileiro comentou: “O que é preciso fazer é encontrar uma música composta nos séculos passados ou de composição recente, que respeite o texto e o caráter da celebração: se é mais ou menos solene, se é em latim, italiano ou em espanhol – como será a de Guadalupe – são adaptações que temos que fazer.”
A consolação do Pai-Nosso
Neste momento de pandemia, acrescenta o maestro, a música pode ser uma consolação: “Todas as músicas são oração. E já que a oração é nossa força neste momento, quando cantamos o Pai-Nosso sinto que há muita participação, está todo mundo colocando o próprio medo, a própria ansiedade diante de Deus, que é Pai, que vê e provê. É essa confiança e essa esperança que temos que ter.”