Proto-mártires são recordados após solenidade de São Pedro e São Paulo; Papa Francisco também falou sobre esses cristãos
Da redação
A Igreja Católica celebra nesta terça-feira, 30, os proto-mártires romanos que banharam a terra onde está construída a basílica vaticana com seu próprio sangue. Em sua conta no twitter, o Papa Francisco afirmou: “Hoje recordamos os primeiros mártires da Igreja de Roma. Eles nos entregam uma herança a preservar e imitar: o Evangelho do amor e da misericórdia. Os mártires cristãos de todos os tempos são homens e mulheres de paz, não obstante as perseguições”.
Na reflexão que antecedeu a oração mariana do Angelus, realizada nesta segunda-feira, 29, dia dedicado a São Pedro e São Paulo, o Pontífice também citou os mártires: “Celebrando a solenidade de São Pedro e São Paulo, gostaria de recordar os muitos mártires que foram decapitados, queimados vivos e mortos, especialmente no tempo do imperador Nero, precisamente nesta terra onde vocês estão agora. Esta é uma terra ensanguentada por nossos irmãos cristãos”.
A liturgia que faz memória aos cristãos que se tornaram os primeiros mártires da Igreja de Roma, por isso, protomártires, é sempre celebrada após a solenidade universal dos apóstolos São Pedro e Paulo. O testemunho dos mártires recorda o que é essencial para a vida, para o cristão, para a felicidade em Deus, principalmente nos momentos mais difíceis. Os mártires viveram tudo em Cristo.
No ano de 64, o imperador Nero pôs fogo em Roma e acusou os cristãos. Naquela época, a comunidade cristã, vítima de preconceitos, era tida como uma seita e inimiga, pois não adorava o Imperador. A partir daí, no ano 64, começou a perseguição aos cristãos. Os escritos históricos em Roma narram que os cristãos eram lançados nas arenas para servirem de espetáculo ao povo junto às feras, cobertos de piches, como tochas humanas e muitos outros atos atrozes. E a resposta era sempre o perdão e a misericórdia.
O Papa São Clemente I escreveu: “Encontramo-nos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados, e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição: consideremos o que é belo, o que é bom e o que é agradável ao nosso criador”.
O mártir e o martírio
A palavra mártir vem do grego martys, martyros, que significa testemunha. O Papa Bento XVI assim escreveu a respeito: “O martírio e a morte voluntariamente aceita por causa da fé cristã ou por causa do exercício de outra virtude relacionada com a fé”. Para que haja martírio cristão é necessário que o fiel morra livremente por causa da fé. Não é qualquer pessoa que morra defendendo uma causa que é mártir.
Para que a Igreja declare oficialmente que alguém é mártir da fé, são feitas pesquisas a respeito da verdadeira causa da morte; a livre aceitação da morte; graças ou milagres obtidos por intercessão do (a) servo (a) de Deus.