Santa Missa marcou a abertura deste período celebrativo; hino do jubileu, carta pastoral e decreto da Penitenciaria Apostólica foram apresentados aos fiéis
Da Redação, com Vatican News e Arquidiocese do Rio de Janeiro

Foto: Arquidiocese do RJ
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro deu início oficial ao seu Jubileu Arquidiocesano, celebrando os 450 anos da criação da Prelazia do Rio de Janeiro, que ocorreu 10 anos após a fundação da cidade. A Santa Missa que marcou a abertura deste período celebrativo aconteceu no último sábado, 19, e foi presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, na Catedral de São Sebastião. A celebração contou com a presença de bispos auxiliares, sacerdotes, diáconos, religiosos, seminaristas e fiéis de diversos vicariatos.
A comemoração jubilar começou logo cedo com a Liturgia das Horas na Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, também no Centro, de onde partiu uma peregrinação até a catedral, uma das igrejas jubilares da arquidiocese. A caminhada com a imagem peregrina de São Sebastião, reuniu milhares de leigos com bandeiras nas cores de seus vicariatos.
Durante a missa, Dom Orani lembrou o valor histórico e missionário da data: “O Evangelho foi semeado em nossa cidade do Rio de Janeiro para que Jesus Cristo se fizesse presente no coração de cada pessoa. A semeadura foi generosa e uma abundância de frutos foi colhida.”
No presbitério da Catedral estavam expostas a histórica imagem de São Sebastião, que por tradição foi trazida por Estácio de Sá ao fundar a cidade do Rio de Janeiro, acompanhada de uma relíquia do santo mártir padroeiro da catedral, da arquidiocese, da cidade e do estado fluminense. Também o decreto da Penitenciaria Apostólica, que concede Indulgência Plenária aos fiéis presentes, desde que arrependidos, confessados e comungados. Ao fim da celebração, o arcebispo concedeu a bênção com a indulgência plenária em nome do Papa Leão XIV.
Hino do Jubileu Arquidiocesano
O Coral Arquidiocesano o Hino do Congresso Eucarístico Internacional, de 1955, cantou pela primeira vez o Hino Oficial do Jubileu Arquidiocesano, com letra de Dom Orani e música do maestro Marcos Paulo Mendes. Intitulado “450 anos de graça e missão”, a música acompanhará toda a programação jubilar ao longo do ano.
Carta Pastoral
Ao final da missa, o arcebispo assinou e promulgou a Carta Pastoral “Jubileu Arquidiocesano – Um tempo para celebrar e evangelizar”, marcando o início das comemorações jubilares. A carta aborda diversos assuntos. Primeiramente, detalha a história de fé da arquidiocese, desde a fundação da Prelazia em 1575 e elevação a diocese em 1676, até se tornar arquidiocese metropolitana, em 1892. Destaca a constante presença da Igreja em meio às transformações sociais e culturais, atuando em diversos ambientes e relembrando marcos como o Congresso Eucarístico Internacional de 1955 e as visitas dos Papas São João Paulo II e Francisco, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, em 2013.
O documento aprofunda a compreensão da Igreja como o Povo de Deus e Corpo Místico de Cristo. Explora termos bíblicos como “ekklesia” e “corpo de Cristo”, sublinhando a íntima comunhão com Cristo e a unidade dos fiéis. Salienta que a Igreja universal se manifesta e atua plenamente em cada Igreja particular (diocese), e que a Eucaristia é a manifestação privilegiada dessa unidade. Por fim, a carta explica o sentido do Jubileu na tradição judaico-cristã (Lv 25), como um tempo de graça, perdão, libertação e restituição.
A data de 19 de julho remonta exatamente à criação da Prelazia do Rio de Janeiro, em 1575, por decreto do Papa Gregório XIII, como sinal do compromisso missionário da Igreja num país ainda em formação. A nova circunscrição eclesiástica abrangia o território desde a Capitania de Porto Seguro, na Bahia, até o Rio da Prata.
Para fazer memória da criação da Prelazia, o padre Eraldo Leão Filho, doutorando em História Social pela UFRJ e professor de História da Igreja, fez a leitura resumida da Bula “In supereminenti militantis Ecclesiae”.
Exposição sobre Congresso Eucarístico de 1955
Encerrando a manhã celebrativa, foi inaugurada no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, no subsolo da Catedral, a Exposição dos 70 anos do 36º Congresso Eucarístico Internacional, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1955, o primeiro e único realizado no Brasil. A mostra, organizada pelo diretor artístico do Museu, padre Fernandes Elias Junior, reúne documentos, paramentos, objetos e imagens que retratam o evento que marcou profundamente a vida da Igreja no país.