Sacerdote comenta origem e importância da Festa relacionada ao nascimento da Virgem Maria, indicando a abertura mariana à vocação dada por Deus
Gabriel Fontana, com colaboração de Julia Beck
Da Redação, com Vatican News
A Igreja celebra a Festa da Natividade de Nossa Senhora nesta sexta-feira, 8 de setembro. A data foi recordada pelo Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 6, e ele exortou os fiéis reunidos “a andar sempre, como Maria, nos caminhos do Senhor”.
A Festa é celebrada em 8 de setembro porque acontece nove meses depois da Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, na qual a Igreja comemora a concepção sem pecado da Virgem Maria no ventre de sua mãe, Santa Ana.
Origem da Festa
Segundo o padre Rafael Beck, pertencente ao clero da diocese de Lorena (SP), a primeira celebração do nascimento de Nossa Senhora foi realizada no século IV, em Jerusalém, como festa da Basílica “Sanctae Mariae ubi nata est”, que atualmente é conhecida como Basílica de Santa Ana. Este teria sido o lugar da casa dos pais de Maria (Santa Ana e São Joaquim) e onde ela teria nascido.
A festa já era celebrada no Oriente, e os indícios de sua introdução no Ocidente remetem ao final do século VII. Foi o Papa Sérgio I quem fixou o dia 8 de setembro para a sua celebração.
O sacerdote do interior paulista indica que esta Festa não é diretamente mencionada nos Evangelhos, e está mais relacionada à tradição católica. Embora a Igreja não costume celebrar o nascimento dos santos, há três comemorações do tipo: os nascimentos de Jesus, no Natal, de São João Batista e de Nossa Senhora.
A participação de Maria no plano da Salvação
A importância do nascimento de Maria está na participação essencial de Nossa Senhora na história da Salvação. O padre Rafael assinala que “ela já estava sendo preparada por Deus para a inefável vocação de ‘Mãe de Deus’, como o próprio dogma de sua virgindade perpétua evidencia”.
Mais tarde, quando o Anjo Gabriel anuncia a Maria o plano da Salvação, ela, por meio do seu “sim”, evidencia sua abertura à vontade de Deus. Tudo isso, contudo, passa pelo preparo da sua vocação ao longo de sua infância, à qual relaciona-se a devoção à Maria Menina.
O religioso aponta que esta devoção “tem seu lastro, sobretudo, nos evangelhos apócrifos, especialmente o Protoevangelho de Tiago ou Evangelho da Natividade de Maria, que narra a infância de Maria”. Ele também indica que, publicamente, ela emerge no convento das Irmãs Capuchinhas de Santa Maria dos Anjos em Milão, na Itália. Assim, o costume de comemorar o nascimento de Nossa Senhora tornou-se cada vez mais popular.