Conferência Episcopal Espanhola (CEE) pede aos jovens que tratem os idosos sempre com “respeito e consideração”
Vatican News
“Os idosos, tesouro da Igreja e da sociedade”. Este é o título da Mensagem da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) em vista da Festa da Sagrada Família que este ano é celebrada em 27 de dezembro. “As pessoas em idade avançada são uma riqueza para a Igreja porque ela, em sua tradição, sempre teve em sua base uma cultura de proximidade com os idosos e o desejo de lhes oferecer um acompanhamento afetuoso e solidário na última fase da vida”, escreveram os bispos.
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Como se lê no Levítico (19,32), “Levantai-vos diante dos cabelos brancos, honrai a pessoa do ancião e temei vosso Deus”, recordam os prelados espanhóis, reiterando que “é o próprio Senhor da vida que, através de sua Palavra, nos convida a venerar os idosos”, porque “seu conhecimento, sua experiência, sua sabedoria os faz dignos de serem consultados”. Os bispos destacaram que os idosos não são simples destinatários da ação pastoral da Igreja, mas sujeitos ativos na evangelização, sobretudo no que diz respeito à família, contemplação e oração, provação, doença, sofrimento, compromisso em favor da vida.
Famílias cristãs: não influenciar-se por mentalidade utilitarista
A Conferência Episcopal Espanhola exortou as famílias cristãs para que não se deixem influenciar pela mentalidade utilitarista, segundo a qual aquele que não produz deve ser descartado. Como “Igreja doméstica, espaço sagrado que une diferentes gerações” – lê-se na mensagem episcopal –, a família não deve “isolar os idosos e deixá-los aos cuidados dos outros”, caso contrário, ficará “mutilada e empobrecida”, acabando também por “privar os jovens daquele contato necessário com suas raízes e com aquela sabedoria” necessária para o crescimento pessoal.
Nesta ótica, os prelados espanhóis reafirmam a importância de “recuperar a figura dos avós”, que são “muito mais que simples babás que cuidam de seus netos quando seus pais não podem cuidar deles”. Mas os avós não devem ser vistos “apenas como um apoio quando chegam tempos de crise – é a advertência da Conferência episcopal – porque eles são a memória viva da família e têm uma missão transcendental: transmitir a herança da fé aos jovens”, realizando “uma obra silenciosa” de ensino e testemunho.
Os idosos são “o tesouro da sociedade”
Ao mesmo tempo, a Igreja espanhola pede aos jovens que tratem sempre com “respeito e consideração” os idosos que se dedicam a eles “com desvelo”, mesmo “por longos períodos de tempo”. Mas além de serem o tesouro da Igreja, as pessoas em idade avançada também são “o tesouro da sociedade”, explicam os prelados ibéricos, porque, no contexto contemporâneo em que “se reivindica liberdade sem limites e sem verdade”, eles “nos ajudam a valorizar o essencial e a renunciar ao transitório”, com base no amor e no serviço ao próximo.
Estes elementos, de fato, são “o verdadeiro fundamento sobre o qual todos nós devemos nos basear para acolher, levantar e oferecer esperança a nossos semelhantes em meio às dificuldades da vida”. E isto é ainda mais verdade em tempo de pandemia do coronavírus, ressaltam os prelados: “Num momento de provação, em que nossas convicções são colocadas em discussão, olhamos com admiração a dedicação heroica de tantos profissionais e voluntários” que se dedicaram aos idosos, “os mais duramente atingidos pela crise de saúde”.
A velhice faz parte da existência humana
Esta é “uma lição a ser aprendida”, porque “uma civilização que descarta as pessoas de idade avançada tem o vírus da morte”. “Cuidemos dos idosos doentes – acrescenta a Conferência episcopal – porque o doente que se sente cercado por uma presença amorosa, humana e cristã, supera todas as formas de depressão e não cai na angústia daqueles que, ao invés disso, se sentem sozinhos e abandonados ao seu destino de sofrimento e morte”.
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“A velhice faz parte da existência humana”, continua a mensagem episcopal, é “uma vocação” que não implica “puxar os remos em um barco”, ao contrário: a sociedade deve estar mais preparada, “espiritual e moralmente”, para “dar a esta fase da vida o seu pleno valor”.
Por fim, os prelados ibéricos exortam todos os núcleos familiares a serem, a exemplo da Família de Nazaré, verdadeiras “casas da caridade, guardiãs do tesouro representado pelos idosos”. A mensagem é assinada pela Subcomissão episcopal para a família e a defesa da Vida, presidida pelo bispo de Asidonia-Jerez, dom José Mazuelos Pérez.