Acordo “Aliança por Roma”, que nasceu do Fundo “Jesus Divino Trabalhador” lançado por inspiração do Papa Francisco, foi assinado nesta sexta-feira, 12
Vatican News
Muitas famílias tiveram graves danos econômicos com a crise ligada ao coronavírus. E, agora, o Papa e a Igreja de Roma dão uma mão a tantos trabalhadores que, na capital italiana, não têm mais renda. Nesta sexta-feira, 12, no Vicariato de Roma, foi apresentado o Fundo “Jesus Divino Trabalhador”, criado por iniciativa do Papa para apoiar “aqueles que correm o risco de permanecer excluídos das proteções institucionais e que precisam de um auxílio que os acompanhe para que possam caminhar de novo autonomamente”.
No encontro estavam presentes o cardeal-vigário, Angelo De Donatis; o presidente da região Lazio, Nicola Zingaretti; e a prefeita de Roma, Virginea Raggi. Os três assinaram um protocolo de acordo chamado “Aliança por Roma”. A atribuição é de 1 milhão de euros, pela qual aderiram com 500 mil euros a região do Lazio e o município de Roma. Mas, o objetivo é aumentar os recursos do Fundo com outras participações e com campanhas de solidariedade para dar o suporte àqueles núcleos familiares que, por causa da emergência Covid-19, estão impossibilitados de manter um nível digno e aceitável de vida.
Não é uma forma de assistencialismo, mas apoio e proximidade para um percurso de promoção social para que cada um possa ser protagonista do renascimento da comunidade. Papa Francisco recorda que irá “estimular todas as pessoas de boa vontade a oferecer um gesto concreto de inclusão, sobretudo por aqueles que buscam conforto, esperança e reconhecimento dos próprios direitos”.
Agir de maneira coordenada para ajudar os pobres
Após a explosão da pandemia, milhares de pessoas se dirigiram às paróquias e aos centros de escuta. As instituições ajudaram com bônus, indenizações de desemprego e outros benefícios sociais, mas a crise do coronavírus teve um impacto devastador sobre uma grande parte da população de Roma. A “Aliança por Roma”, que nasce do Fundo Jesus Divino Trabalhador, quer, assim, ser um instrumento para agir de maneira coordenada e comunitária.
O Fundo se propõe de acompanhar 1800 famílias que sofreram uma redução drástica de renda. Famílias em dificuldade econômica e pelas quais as medidas extraordinárias promovidas pelas instituições não foram suficientes.
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A contribuição econômica será distribuída para superar a fase de emergência, inclusive atuando através de percursos de estágio e bolsas de trabalho, e financiamentos de projetos para o empreendedorismo. O suporte tem duração máxima de 6 meses por beneficiário e para cada uma das medidas ativadas.
As condições para conseguir o Fundo
Para se inscrever ao Fundo, em regras gerais: precisa ter domicílio no território da diocese ou do município de Roma; não ter renda familiar atual superior a 600 euros mensais; estar desempregado ou ter sofrido uma redução drástica de oportunidades de trabalho por cada da crise; manifestar uma clara vontade para colaborar ativamente para superar a situação de emergência.
Mais de 500 voluntários, especializados em acompanhar as pessoas em dificuldade, vão estar distribuídos em locais específicos de escuta para receber os pedidos. As famílias idôneas ao programa vão receber uma contribuição de apoio econômico de 300 a 600 euros mensais, dependendo dos componentes do núcleo familiar, por 3 meses, eventualmente renováveis em base à evolução da crise da disponibilidade do Fundo, até um máximo de 6 meses.
As famílias que não poderão se beneficiar do Fundo Jesus Divino Trabalhador serão dirigidas a outras medidas ativadas pela diocese de Roma pela emergência sanitária. Uma série de iniciativas que já permitiram, por exemplo, distribuir alimentos a 21 mil famílias através de 132 pontos de doação no território romano.
Aliança por Roma é um sinal de solidariedade
O cardeal-vigário, Angelo De Donatis, ao fazer uso da palavra no encontro desta sexta-feira, 12, de apresentação do acordo, disse que a “Aliança por Roma está ainda em construção” e, hoje, “ao colocar a pedra fundamental” foi “um momento histórico”. Ele explicou: “Não queremos somente distribuir contribuições econômicas, queremos restituir dignidade. Cada um foi chamado para fazer a sua parte: a diocese de Roma, as comunidades paroquiais, os institutos e as ordens religiosas, as associações, os movimentos de inúmeras realidades do voluntariado católico e leigo que provaram ter grande generosidade”. De Donatis enfatizou que as instituições fizeram grande esforço durante a emergência para não deixar faltar a ninguém os bens de primeira necessidade.
A prefeita de Roma, Virginea Raggi, acrescentou que “a pobreza econômica é uma consequência dramática da emergência sanitária. Com essa iniciativa, estamos fazendo um gesto concreto em favor dos últimos”. Para o presidente da região do Lazio, Nicola Zingaretti, a Aliança por Roma “é uma âncora de salvação e de esperança por quem não consegue ou arrisca de não conseguir passar o mês. Junto às providênciass que estamos adotando, esse também é o momento da solidariedade”.