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Frei reflete sobre Dia da Comunicação e os 60 anos do Concílio Vaticano II

57º Dia Mundial da Comunicação será celebrado neste domingo, 21; Tema da data é: “Falar com o coração. Testemunhando a verdade no amor’ (cf. Ef 4,15)”

Da Redação, com CNBB

Foto: iam_os na Unsplash

No próximo domingo, 21, será celebra a solenidade da Ascensão do Senhor e o 57º Dia Mundial da Comunicação – este ano com o tema: “Falar com o coração. Testemunhando a verdade no amor’ (cf. Ef 4,15)”. Diante disso, o religioso paulino, frei Darlei Zanon, escreveu um artigo retomando o documento conciliar que revolucionou o modo da Igreja ver e fazer comunicação.

No texto, frei Zanon frisa primeiramente que a comunicação é uma necessidade básica do ser humano. “Desde sua origem, o ser humano procurou trocar informações e manifestar seus pensamentos, sentimentos, desejos, anseios. Com a evolução e o surgimento de novas técnicas, a comunicação tornou-se mais sofisticada, aprimorando métodos e dando origem a novas linguagens”, escreveu.

Hoje, ressalta o religioso, a sociedade está inserida em um contexto histórico particularmente marcado pela influência dos meios de comunicação e das redes digitais. Eles criam comportamentos, mentalidades, desejos, necessidades. “Diante dessa situação, a Igreja tem por dever se manifestar, encontrando no Concílio precioso apoio e inspiração”.

Vaticano II e os meios de comunicação

O Vaticano II tratou os meios de comunicação como “algo maravilhoso”, destaca frei Zanon. Ele aponta então o primeiro parágrafo da Inter mirifica:

«Entre as maravilhosas invenções da técnica que, principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda de Deus, das coisas criadas, a santa Igreja acolhe e fomenta aquelas que dizem respeito, antes de mais, ao espírito humano e abriram novos caminhos para comunicar facilmente notícias, ideias e ordens. Entre estes meios, salientam-se aqueles que, por sua natureza, podem atingir e mover não só cada uma das pessoas, mas também as multidões e toda a sociedade humana, como a imprensa, o cinema, a rádio, a televisão e outros que, por isso mesmo, podem chamar-se, com toda a razão, meios de comunicação social.» (Inter Mirifica, n. 1)

Decreto Inter mirifica

O surgimento do decreto Inter mirifica (IM), de acordo com o religioso, foi como que uma necessidade para orientar os cristãos e convocá-los ao bom uso dos meios de comunicação. Foi uma maneira de reconhecer a importância da comunicação instrumental como meio capaz de movimentar indivíduos e sociedades e seu valioso auxílio para o desenvolvimento do ser humano e para a evangelização (cf. IM 1-3).

Frei Zanon recorda que os bispos sentiam a necessidade de tratar de tais temas, por isso foi aprovado o segundo documento aprovado pelo Concílio, com 1960 votos a favor e 164 contra. Do projeto inicial de 114 parágrafos e 40 páginas restaram apenas 24 parágrafos e dois capítulos: «Normas para o reto uso dos meios de comunicação» e «Os meios de comunicação e o apostolado católico».

O primeiro capítulo aborda temas variados e mais genéricos. Logo no início, o religioso afirma que os bispos reconhecem que utilizar tais meios para a evangelização é dever da Igreja, mas sempre respeitando o seu código moral e reto uso, quanto a conteúdos, finalidade, público e assim por diante (IM 3-4). Deve também contribuir para formar uma virtuosa opinião pública, pois todos têm direito à informação e à verdade (IM 8 e 5).

“Especial atenção deve ser dada aos jovens, mas traça linhas orientativas para todos os receptores e autores, aos quais cabem as principais obrigações morais, pois são os responsáveis pela produção de conteúdo (IM 9-11). Por fim, alerta as autoridades civis para seus deveres de controlar abusos, garantir a liberdade de expressão, favorecer boas iniciativas e defender o receptor”, escreveu.

Os meios de comunicação a serviço da missão católica

Ao final do texto, frei Zanon comenta a segunda parte do documento que tem como tema: “Os meios de comunicação a serviço da missão católica”. Ao todo, esta parte do documento contém dez parágrafos que incentivam e orientam o uso dos meios de comunicação para o apostolado, para promover a boa imprensa, uma comunicação com valores e dignidade.

“A Igreja deve se preocupar com a formação dos autores para poderem dirigir as produções e emissoras. Deve ter meios de comunicação próprios, o que incentivou a criação de jornais e emissoras, além de incontáveis programas radiofônicos e televisivos, livros, peças teatrais, filmes etc. Deve se preocupar também com a educação dos interlocutores, para que sejam sempre mais críticos e seletivos (IM 15-16)”.

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