Cardeal Corti era bispo emérito de Novara, onde exerceu seu ministério de 1990 a 2011; Francisco o havia criado cardeal no Consistório de 2016
Da redação, com Vatican News
Uma vida sóbria e intensa, “coração a coração”, como sóbrio e intenso era o homem que o Papa quis como membro, já com 80 anos, do Colégio cardinalício. O cardeal Renato Corti faleceu, na manhã desta terça-feira, 12, por volta das 9 horas em Rho, província de Milão, no Colégio dos Obaltos dos Santos Ambrósio e Carlos onde residia, desde 2011, alojado em um quarto simples. Ele faleceu serenamente, como disseram as pessoas que o assistiram até o último momento.
Vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana, de 2005 a 2015, pregador estimado, dirigiu os exercícios espirituais à Cúria vaticana em 2005, os últimos com João Paulo II, enquanto, a convite do Papa Francisco, escreveu as meditações da Via-Sacra no Coliseu da Sexta-feira Santa de 2015. Homem de profunda espiritualidade, discípulo do cardeal Martini, de quem foi vigário geral em Milão e por quem foi ordenado bispo, em 1981, escolheu como lema episcopal “Cor ad cor loquitur” que o cardeal santo John Henry Newman tinha escolhido.
Originário de Galbiate, então na província de Como, hoje de Lecco, o cardeal Corti iniciou seu ministério sacerdotal nas mãos de um futuro Papa, Giovanni Battista Montini, então chefe da Igreja Ambrosiana. A partir de 1990, ele se transferiu como bispo para Novara, 21 anos durante os quais promoveu entre outras coisas a Causa de beatificação de Antonio Rosmini.
Entre 2005 e 2015, ocupou o cargo de vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana, mas, em 2011, já havia renunciado ao governo pastoral de Novara por limite de idade. Desde fevereiro de 2012, sua casa foi o santuário de Rho, nos Oblatos dos Santos Ambrósio e Carlos, um cardeal “sacristão”, que não desdenhava se necessário preparar o altar para a missa na capela.
O arcebispo de Milão, Mario Delpini, disse que ao receber a notícia da morte do cardeal confiou “ao Senhor o seu longo e fiel ministério”. O cardeal Corti disse aos microfones da Rádio Vaticano, em 2016, assim que soube da sua criação como cardeal: são aos mártires que devemos olhar “porque eles nos permitem entender como seria realmente viver segundo o Evangelho”.