Documento de São João Paulo II que nos ajuda a recordar, estudar e colocar em prática a doutrina católica sobre o respeito à vida
Da Redação, com Vatican News
Uma das mais importantes encíclicas de São João Paulo II, a Evangelium vitae, neste ano completa 25 anos. A Encíclica coloca-se no amplo caminho da Igreja que defendeu e continua a defender e tutelar os seres humanos ao direito básico da vida.
“O Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus. Amorosamente acolhido cada dia pela Igreja, há de ser fiel e corajosamente anunciado como boa nova aos homens de todos os tempos e culturas”, ressalta o documento em suas primeiras linhas.
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João Paulo II aprofundou de vários modos as temáticas já lançadas desde Pio XII que em alguns seus discursos abordava o tema do início da vida (Discurso às parteiras, 20 de outubro de 1951), e sobre a fase terminal da vida (24 de novembro de 1957). Também o Concílio Vaticano II deu uma importância especial ao tema da bioética (na época não se usava este tema) particularmente na Constituição pastoral “Gaudium et Spes”. No documento dois importantes capítulos: sobre a vocação do homem e a sua dignidade e sobre o matrimônio e família. Após o concílio, São Paulo VI publicou a encíclica “Humanae vitae” sobre a regulação da natalidade e aprovou o documento preparado pela Congregação para a Doutrina da Fé sobre o Aborto (1974).
João Paulo II aprofundou estes temas até chegar à Evangelium vitae. Antes já tinha aprovado dois importantes documentos da Congregação para a Doutrina da Fé, um sobre a eutanásia (“Iura et bona”, 1980), e outro sobre a fecundação artificial (“Donum vitae”, 1987).
Nos primeiros anos do pontificado do Papa polonês o tema da vida encontrava espaço destacado nas suas longas catequeses sobre o matrimônio e família. Além disso instituiu o Ano da Família em 1994 acompanhado pela famosa Carta às Famílias, do mesmo ano, e publicou uma importante “Carta às mulheres” em 1995.
Mensagens da Encíclica
Podemos recordar alguns pontos fundamentais de referência que não conhecem o passar do tempo, como por exemplo, a vida como questão não só moral, mas social. No ponto 5 do documento o Santo Padre explica: “Espezinhada no direito fundamental à vida, é hoje uma grande multidão de seres humanos débeis e indefesos, como o são, em particular, as crianças ainda não nascidas (…).
“A presente Encíclica quer ser uma reafirmação precisa e firme do valor da vida humana e da sua inviolabilidade, e, conjuntamente, um ardente apelo dirigido em nome de Deus a todos e cada um: respeita, defende, ama e serve a vida, cada vida humana!”
Uma outra passagem da encíclica , no número 2 recorda que o Evangelho da vida “encontra um eco profundo e persuasivo no coração de cada pessoa, crente e até não crente” e que o seu “reconhecimento do valor sagrado da vida humana desde o seu início até ao seu termo” se fundamenta “na convivência humana e a própria comunidade política”.
Cultura da morte
Do delito ao direito: “A nossa atenção, de modo particular, sobre outro gênero de atentados, relativos à vida nascente e terminal, que apresentam novas características em relação ao passado e levantam problemas de singular gravidade: é que, na consciência coletiva, aqueles tendem a perder o carácter de ‘crimes’ para assumir, paradoxalmente, o carácter de ‘direitos’, a ponto de se pretender um verdadeiro e próprio reconhecimento legal da parte do Estado e a consequente execução gratuita por intermédio dos profissionais da saúde (…) Mais grave ainda é o fato de serem consumados, em grande parte, mesmo no seio e por obra da família que está, pelo contrário, chamada constitutivamente a ser “santuário da vida”.
Difusão da cultura da vida
No ano do Jubileu de 2000, ao recordar os cinco anos da sua Encíclic, João Paulo II reiterou a sua mensagem: “Confiando que esta comemoração possa suscitar um novo e concreto impulso de empenho em defesa da vida humana e pela difusão da cultura da vida, sobre todos vós e sobre quantos se aplicam convosco neste delicado sector, invoco a intercessão de Maria “Aurora do mundo novo e Mãe dos viventes” (Evangelium vitae, 105).