DIVERSIDADE

Em Singapura, Igreja promove iniciativas inter-religiosas na pandemia

Integrantes da Igreja católica decidiram promover o diálogo com outras comunidades e vertentes religiosas

Da redação, com Agência Fides

Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso / Foto: Reprodução Youtube

A Igreja Católica de Singapura promove a coesão e colaboração com outras comunidades religiosas, a fim de contribuir para a paz e a harmonia social, durante o tempo marcado pela pandemia de Covid-19.

Neste sentido de promoção do diálogo inter-religioso, nos últimos dias a Jamiyah Singapore, a mais antiga e importante organização caritativa local malaio-muçulmana, organizou um webinário, no qual a Igreja Católica participou, oferecendo sua visão e contribuição. O cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, discursou no seminário on-line sobre o papel dos líderes religiosos durante a crise pandêmica.

O webinário reuniu líderes religiosos locais e internacionais e acadêmicos das principais religiões. A Igreja Católica foi representada pelo Cardeal Ayuso e pela Irmã Theresa Seow, religiosa das Filhas da Caridade Canossianas, Vice-Presidente da Comissão para o Diálogo Inter-religioso da Arquidiocese Católica de Singapura.

O cardeal Ayuso observou que os líderes religiosos enfatizaram “a dimensão religiosa da crise”: igrejas, mesquitas e templos vazios exemplificaram a “privação espiritual” da pandemia. A solução é representada pela “esperança, oração e solidariedade”. A esperança “fortalece a vontade humana” e “transforma a vida, indicando algo além do mundo presente”, inspirando os fiéis a amar e cuidar “de quem sofre as tragédias da condição humana”. A oração é “um instrumento poderoso” que dissipa todos os medos, útil para cultivar a “fraternidade universal, em Deus, para o bem de todos”. A solidariedade pode se manifestar em “iniciativas colaborativas de fé” que incluem “a educação em valores que preservarão o mundo pós-pandêmico de uma cultura de indiferença, egoísmo e outros males sociais”.

Irmã Teresa, que também é Secretária da Organização Inter-Religiosa de Singapura, compartilhou que, neste período pandêmico, “não estamos isolados: mesmo que na solidão, somos solidários uns com os outros”.

“Este é um tempo para defender a sacralidade da vida, um tempo para abrandar, ser mais contemplativo e encontrar tempo para a nossa comunidade”, disse a freira. “A Covid-19 aumentou a consciência de ver Deus entre nós. Deus vive nas casas e vive das pessoas ao nosso redor. No mundo a dimensão sagrada está imersa na secular”, observou a freira, acrescentando que “a religião deve ser uma força de paz e coesão social e todas as religiões devem promover um esforço comum pela convivência harmoniosa”.

A presidente de Cingapura, Halimah Yacob, também falou e se dirigiu aos ouvintes, membros de várias comunidades religiosas, dizendo que, neste período de incertezas, “é natural que as pessoas encontrem forças e conforto na fé”. O presidente elogiou os esforços das comunidades religiosas para construir confiança, unidade e resiliência, alcançando aqueles que precisam delas, independentemente da etnia, idioma ou religião.

A população da cidade-estado de Cingapura é de 5,7 milhões, das quais 383 mil são católicas (9% da população).

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