Terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos foi em julho de 1917; bispo da Espanha presidiu a peregrinação aniversária
Gracielle Reis
Correspondente em Portugal
Os fiéis voltaram à Cova da Iria em Fátima, Portugal, neste 13 de julho. Celebra-se a terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos, em julho de 1917. A Peregrinação Internacional Aniversária de julho foi presidida pelo bispo de Ourense, na Espanha, Dom José Leonardo Montanet.
O tema da peregrinação foi “Louvai o Senhor, que levanta os fracos”, com especial intenção pelos que sofrem neste momento de tribulação devido à pandemia. Dom Montanet destacou que seguem as experiências de desolação e guerra, talvez não como naquela guerra mundial, mas conflitos que causam mortes.
“Já se questionaram quantas crianças morreram no seio de suas mães na Europa? Sabem quantos suicídios aconteceram nos nossos países de pessoas jovens, que procuraram a própria morte porque a vida tinha perdido sentido para eles? E as famílias, as escolas, as nossas faculdades onde se pregam ideologias que mais cedo ou mais tarde matam a fé na vida das jovens gerações?”, indagou.
A popularidade dessa devoção
Fátima é a devoção mariana mais popular e importante do século XX. Para fazer memória e atualizar o acontecimento, o Santuário de Fátima propõe as peregrinações internacionais aniversárias de maio a outubro, tendo um programa fixo tanto no dia 12 como no 13.
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Curiosidades que marcam essa história de fé e devoção. Tudo começou seguindo o modelo do Santuário de Lourdes, que já era um importante santuário na altura das aparições na Cova da Iria. Tinha particular apreço pelos doentes que sempre recorreram à Nossa Senhora.
“Pouco tempo depois das aparições, começou a celebrar-se a Missa no dia 13, a rezar-se o terço, depois chegaram os doentes que vieram ao encontro da graça de Deus. Sempre se deu importância ao papel dos doentes e ao cuidado dos doentes”, explica o capelão do Santuário, padre Francisco Pereira.
Peregrinação e a pandemia
Esta é a primeira peregrinação depois do segundo desconfinamento, em que o Santuário recebeu a inscrição de um grupo da América Latina – da Venezuela – além de grupos da Espanha, Itália e Polônia. Todos reunidos como na tradicional procissão do adeus, de cada dia 13. Um gesto que simboliza a despedida, a emoção do povo português ao se despedir de seus familiares que partem para outras terras.
O gesto dos lenços brancos indica a comunhão íntima do povo com a Mãe do Céu, como explicou ainda o capelão do Santuário. Nossa Senhora fica na imagem da Capelinha e em cada fiel a saudade, mas ela continua no meio dos filhos e direciona o caminho da vida de todos que confiam.
“Vamos agora fazer o caminho de regresso. É um caminho que nos transforma e lembramos, por exemplo, dos três reis magos, que quando foram ao encontro de Jesus regressaram por um caminho diferente. De fato, quando encontramos Deus não podemos regressar pelo mesmo caminho, quando encontramos Deus, quando vamos ao Santuário, nossa vida muda e agora temos a companhia de Nossa Senhora”.