Com a chegada do frio, iniciativas de solidariedade ganham ainda mais importância. Em Belo Horizonte, a campanha de doação de agasalhos promovida pela Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida tem sido, há mais de 20 anos, um sinal concreto do amor ao próximo.
Reportagem de Vanessa Anicioe Daniel Camargo
O caseiro Danilo Ferreira dos Santos saiu de São Paulo em busca de novas oportunidades. Mas, ao chegar a Belo Horizonte, foi surpreendido. Assaltado e sem documentos, teve que fazer da rua o seu lugar de moradia.
“Nessas noites aí, poxa, eu que tava sem cobertor até o momento, agora consegui um cobertor, vou ficar mais quentinho durante a noite”, disse.
Há mais de duas décadas, a acolhida solidária Dom Luciano Mendes de Almeida, promove na capital mineira a campanha do agasalho, onde o objetivo é apenas um: amenizar o frio com gestos concretos de amor.
“Essa campanha já está conosco há mais de 20 anos na criação da acolhida solidária, que foi criada por Dom Valmor na experiência bem exitosa que ele trouxe da Bahia para socorrer os mais necessitados”, declarou a assistente do Projeto Acolhida Solidária D. Luciano Mendes, Sirlene Lima Ferreira.
Ali, cada peça tem um destino certo: aquecer o corpo e reacender a esperança de quem enfrenta o frio nas ruas. E mais do que doar roupas, a ação é um convite à compaixão, ao cuidado com o próximo. um gesto pequeno que faz grande diferença na vida de quem precisa.
“Nós não podemos esquecer do legado que o Papa Francisco deixou para a Igreja no mundo, que é a tarefa educativa do desenvolvimento de hábitos de solidariedade. A Igreja deve ser uma Igreja em saída, uma Igreja samaritana, que vai ao encontro dos outros, daqueles que sofrem, que se compromete com a transformação de vida”, afirmou o vigário episcopal do setor social da Arquidiocese de BH, Padre Roberto Rubens.
É essa solidariedade que move pessoas como a aposentada Geralda Rodrigues da Silva, que sempre que pode, chega com sua contribuição nas mãos e o desejo de fazer diferença na vida de alguém. “Eu acho que é uma população muito esquecida e que precisa ser lembrada tanto na oração, como na doação”, diz dona Geralda.
A campanha recebe roupas de frio, cobertores e calçados em bom estado. Tudo passa por triagem antes de chegar a quem mais precisa. “Nós estamos aguardando corações generosos para que possa fazer a diferença na vida dessas pessoas que precisam”, afirma Sirlene.
“Coisa bonita, a homenagem deles, fazer isso com a gente, porque não é todos que têm um coração desses. Mas é muito bom fazer isso. Agradeço muito eles”, disse o motorista de ônibus Benedito Cláudio Prado.