Igreja celebra, nesta sexta-feira, 29, Santa Catarina de Sena; padre recorda importância da santa para a Doutrina da Igreja e para a teologia
Julia Beck
Da redação
Estátua de Santa Catarina de Sena localizada em Roma, na Itália/ Foto: Bohumil Petrik/CNA
Além de padroeira da Itália e da Europa, a santa celebrada nesta sexta-feira, 29, pela Igreja é também Doutora da Igreja. Santa Catarina de Sena, recorda o padre da Diocese de Lorena (SP) Thales Nogueira, recebeu esse título por seus ensinamentos e escritos que são de suma importância para a Doutrina da Igreja e para a teologia.
“Seus escritos são um grande tesouro espiritual, contribuindo assim para a teologia espiritual”, complementa.
Santa Catarina foi proclamada “Doutora da Igreja” no dia 4 de outubro de 1970. O título, explica o sacerdote, existe desde a antiguidade.
“Não se sabe ao certo quando surgiu. Mas os ‘doutores’ eram proclamados por sua santidade de vida, seus exemplos e seus ensinamentos, que são, até hoje, para a Igreja um grande caminho para se viver a fé em Jesus Cristo”, sublinha.
Quem foi Santa Catarina
Catarina di Benincasa nasceu no ano de 1347 em Siena (Itália). Foi uma grande santa e mística da Igreja. Desde a infância, nutriu um profundo amor a Jesus Cristo e à Igreja.
Com 15 anos, ingressou para a Ordem da Penitência de São Domingos. Vivia uma vida ascética, ou seja, de profunda oração e penitência.
Por ser uma mística, padre Thales conta que a santa tinha muitos momentos de êxtase, tendo visões de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos, graça esta já recebida desde infância.
Também vivia uma vida de profunda penitência. Segundo o presbítero, as refeições de Catarina eram muitos simples e ela vivia diariamente da Eucaristia.
“Possuía um profundo amor aos pobres, doentes que a tinham como uma diretora espiritual”, recorda.
Milagres e missão para a salvação dos homens
Padre Thales Nogueira /Foto: Arquivo Pessoal – padre Thales
Padre Thales lembra que muitos milagres foram realizados pela intercessão de Santa Catarina, atraindo muitas pessoas ao seu convívio.
“No ano de 1370, em um de seus êxtases, recebeu de Deus a missão para a salvação dos homens. Esta missão seria a de aconselhar, pela graça divina, muitos papas, bispos e todos os cristãos”, destaca.
O sacerdote reafirma então a sua importância na história e na vida da Igreja. “Seus conselhos foram decisivos para sanar uma profunda crise na Igreja que perdurou por quase 70 anos, que foi o Exílio de Avinhão (França)”.
Depois de uma profunda trajetória de santidade de vida em favor de Deus, da Igreja e da salvação das almas, Santa Catarina morreu em 1380. Após 80 anos de sua morte foi canonizada pelo Papa Pio II.
Ensinamentos
Os ensinamentos mais importantes de Santa Catarina, aponta padre Thales, são os que estão contidos em suas cartas.
“São 380 cartas. Dentre elas destaco uma. A necessidade da Reforma da Igreja em sua época, ou seja, o fim da grande crise do Exílio de Avinhão”, frisa.
Santa Catarina apoiou o Papado legítimo em suas cartas, incentivava e aconselhava o Papa de sua época a sair do exílio em Avinhão e retornar a Roma, na tentativa de por fim À grande crise institucional na Igreja, o que de fato aconteceu graças à sua contribuição, conta o sacerdote.
“Suas virtudes são sua vida de ascese, profunda oração e penitência. E, acima de tudo, o aconselhamento presente em suas cartas, no intuito de mostrar a todos os caminho da Salvação de Deus a todos os homens”, complementa.
Doutores da Igreja
Atualmente a Igreja Católica conta com 35 Doutores da Igreja. Entre estes, 4 são mulheres. Padre Thales acredita que o número de mulheres que podem alcançar este título no futuro pode aumentar.
“A santidade de vida é para todos. Deus age na vida daqueles que se colocam a serviço da Igreja com amor e desejo de ensinar. Assim como agiu na vida dessas mulheres, também acredito que muitas futuramente terão grande destaque na vida da Igreja por seu exemplo e testemunho” – Padre Thales Nogueira
Ainda em nossos tempos, o presbítero afirma que há muitas mulheres que se destacam no serviço da Igreja. “Quantas ensinam a fé em nossas paróquias até mesmo como catequistas e já são um grande testemunho para a Igreja…”.
“Que Deus continue a abençoar o protagonismo das mulheres, tão oportuno e eficaz na Igreja, e que possamos sempre motivar e incentivar a todas para que continuem a produzir muitos frutos em nossa caminhada de fé”, finaliza.
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