Durante coletiva sobre a próxima Assembleia Plenária da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Vincenzo Paglia falou sobre a igualdade global na saúde
Da redação, Vatican News
Na manhã desta terça-feira, 28, a Sala de Imprensa da Santa Sé acolheu a conferência de imprensa de apresentação da Assembleia da Pontifícia Academia para a Vida, que decorrerá pessoalmente e online, de 27 a 29 de setembro de 2021. O tema deste ano é “Saúde Pública em Perspectiva Global: Pandemia, Bioética, Futuro”.
Os participantes da coletiva transmitida ao vivo incluíram o arcebispo Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida; Dr. David Barbe, presidente da Associação Médica Mundial (WMA, na sigla em inglês) e a professora Maria Chiara Carrozza, presidente do Conselho de Pesquisa Nacional (CNR, na sigla em inglês).
Em seu discurso, o arcebispo Paglia observou que a próxima Assembléia, a 27ª edição desde a fundação da Academia em 1994, não é sobre a pandemia, “mas sobre o que aprendemos com a pandemia”.
Desde o começo
Desde o início, a Pontifícia Academia para a Vida procurou compreender as mudanças que a pandemia causou na sociedade global, observou Dom Paglia. A esse respeito, prosseguiu, uma série de documentos chamou a atenção de todos para as considerações que vinham sendo expressas de tempos em tempos. Estes focaram nos grupos mais gravemente afetados: idosos, pessoas com deficiência e crianças.
“Seguindo este caminho, esta Assembleia Geral pretende colocar a Saúde Pública no centro do debate”, com workshops a serem realizados de maneira virtual e presencial, afirmou o religioso. “Nunca havíamos entendido tão bem o quanto à saúde de cada indivíduo está ligada à saúde de todos os outros indivíduos: estamos todos interligados para o bem ou para o mal”, frisou, acrescentando que “o privilégio de algumas pessoas em detrimento de outras já não é admissível”.
Cuidar de todos
Dom Paglia observou que “o pano de fundo da Assembleia continua sendo a Encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco” e o conceito de que “fazemos parte de uma única família humana e ninguém será capaz de se salvar por conta própria”.
“Afirmamos que a vida e a saúde são valores igualmente fundamentais para todos”, disse Dom Paglia, reiterando sua preocupação “que sempre haja um sistema de saúde gratuito”.
O arcebispo observou ainda que “se a prioridade para os países ocidentais são as vacinas”, não devemos esquecer a necessidade de construir uma saúde equânime em escala planetária. À maioria da população mundial, além das vacinas, a prioridade é o acesso real e efetivo aos cuidados, mas também aos bens que “simplesmente” nos permitem viver. É preciso superar não só o fosso vacinal, mas também o acesso desigual à saúde pública, removendo barreiras como a falta de instalações e administrando com mais inteligência os recursos para o tratamento.
Acesso garantido a cuidados de saúde
“Não esqueçamos a primeira e mais importante lição: para cuidar da nossa saúde, devemos antes de tudo estarmos vivos! E o acesso aos bens essenciais para a vida deve ser garantido a todos em nosso planeta”, disse Dom Paglia.
Concluindo seu discurso, Dom Paglia afirmou que “para a Pontifícia Academia para a Vida há um outro compromisso: colaborar com os Dicastérios do Vaticano — em particular no âmbito da Comissão Covid-19 do Vaticano — e chamar a atenção à crise pandêmica, propondo uma interpretação inteligente que ilumine os caminhos de homens e mulheres em nosso tempo”. Porque, ele concluiu, “apenas juntos, como irmãos e irmãs, sairemos desta crise”.