Participando da 59ª Assembleia Geral da CNBB, o presidente da Comissão Episcopal para a Juventude, Dom Nelson, concedeu entrevista à Canção Nova sobre JMJ e evangelização da juventude
Huana Cruz
Enviada Aparecida (SP)
Um dos temas abordados na 59ª Assembleia Geral da CNBB é a Jornada Mundial da Juventude e a evangelização da juventude. A respeito dessa temática, a nossa equipe entrevistou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Nelson Francelino.
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Dom Nelson afirma que algumas linhas de ações são essenciais para o trabalho da Comissão para a Juventude, como formação de liderança e assessores, seguindo praticamente as estruturas da exortação pós-sinodal Christus Vivit, do Papa Francisco. A formação de uma estrutura de acompanhamento, o olhar para a dignidade da pessoa humana e para o cuidado com a casa comum fazem parte da Comissão para Juventude, criada em 2011, e que tem o seu alicerce na JMJ a partir das provocações do Papa Francisco.
“Quando nós falamos de juventude, a gente cede para com um cenário de muita injustiça, de muitos direitos privados e como fazer este diálogo na perspectiva de suscitar políticas públicas que garantam o direito da juventude à educação, à cultura, ao esporte e outros tantos direitos que, de uma certa maneira, vão sendo cada vez mais postos em dificuldade em sua execução”, ressalta o presidente.
Segundo Dom Nelson, “vivemos um cenário de muito desmantelamento devido à pandemia, muitos de nossos jovens não puderam se reunir, perderam um pouco essa comunhão de estar juntos”.
Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
O presidente acredita que a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude pode contribuir, e muito, sobretudo em torno da figura de Maria, que se desinstala para apressadamente servir os que estão mais necessitados. O evento de 2023 tem como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39)
“Creio que o tema e a figura de Maria são de fundamental importância para este momento de reestruturação e, ao mesmo tempo, de atendimento a esse urgente apelo missionário de uma Igreja em saída”. Diante desse novo cenário desmantelado, afirma Dom Nelson, “a gente percebe a necessidade plural e de uma saída plural da juventude”.
A juventude se manifestou samaritana. O tema da JMJ 2023 leva a juventude a se reunir, se projetar e se organizar para esse cenário de uma Igreja que necessita de um protagonismo juvenil, tanto no cenário eclesial, quanto no cenário social.
“Diante desse contexto, eu creio que a JMJ pode ser um forte apelo para a nossa juventude pensar no que é difícil, mas que esse difícil não se torna impossível, então eu creio que, para agitar a juventude, esse clima JMJ já começa a dar a sua bela contribuição”.
Uma comitiva da JMJ de Portugal está presente na 59ª Assembleia Geral da CNBB e, segundo Dom Nelson, essa é uma mobilização muito fraterna. Primeiro, porque o Brasil tem muitas afinidades com Portugal, sejam elas culturais e linguísticas. “Essa mobilização da comitiva, de atravessar o oceano e vir para o Brasil para estar com as grandes lideranças motivando, eu creio que foi uma postura respeitosa e também de muita consideração”. O bispo acrescenta que esse passo vai abrir a um grande diálogo. “Sendo assim, uma grande contribuição para que várias expressões juvenis venham também a sonhar com a possibilidade de estar lá com o Santo Padre”.