Nascido em uma família católica, com apenas quatro anos de idade Dom Alberto percebeu o chamado de Deus e decidiu que seria sacerdote

Kelen Galvan
Da Redação

Um pai, um pastor, um formador… Assim muitos fazem referência ao falar de Dom Alberto Taveira Corrêa, o atual arcebispo de Belém (PA) que celebra, nesta terça-feira, 15, os 50 anos de sua ordenação sacerdotal.

O desejo de ser padre surgiu muito cedo na vida de Dom Alberto. Nascido em uma família católica, com apenas quatro anos de idade ele percebeu o chamado de Deus e decidiu que seria sacerdote. Acompanhado pela família e outros padres, a vocação foi amadurecendo e, aos 23 anos, foi ordenado padre.

A ordenação sacerdotal de Dom Alberto ocorreu em sua cidade natal, Nova Lima (MG), no dia 15 de agosto de 1973, pelas mãos de Dom João Resende Costa, na época Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte. A celebração foi em sua paróquia de origem, Igreja de Nossa Senhora do Pilar, onde teve sua primeira função como pároco até 1978.

Um dom para formar

Entre tantas qualidades de Dom Alberto, uma característica constante em sua vida sacerdotal foi sua natureza de formador e orientador. A própria Comunidade Canção Nova vivenciou o cuidado e o acompanhamento de Dom Alberto ao longo de muitos anos.

“A Canção Nova é uma antes de Dom Alberto e outra depois de Dom Alberto Taveira”, afirma o atual presidente da Canção Nova, padre Wagner Ferreira. Foi ele quem assumiu a ordenação dos seminaristas da Canção Nova e, anos mais tarde, também motivou o fundador da Comunidade, padre Jonas Abib, a buscar o reconhecimento Pontifício.

Padre Wagner recorda que a proximidade de Dom Alberto com a Canção Nova aconteceu quanto ele ainda era bispo auxiliar de Brasília, e, anos depois, já como arcebispo de Palmas, ele se dispôs a ordenar os seminaristas da Comunidade.

“Pude acompanhar, presencialmente, uma conversa na casa de Padre Jonas no café da manhã. Estávamos eu, padre Jonas (de grata memória) e Dom Alberto Taveira. E padre Jonas apresentava a Dom Alberto a angústia dele, porque nós tínhamos alguns seminaristas que já estavam concluindo a teologia e não tinham perspectiva de ordenação. Foi quanto Dom Alberto disse: ‘Eu assumo a ordenação, a incardinação dos padres da Canção Nova na minha diocese’”, lembra padre Wagner.

Ele destaca que Dom Alberto foi marcando a história da Canção Nova a partir desse acompanhamento dos vocacionados aos ministérios ordenados. Padre Wagner foi ordenado por Dom Alberto Corrêa, em 1999, diácono e depois sacerdote. E muitos padres da Canção Nova foram ordenados por ele.

Padre Wagner destaca ainda a gratidão da Canção Nova pelo incentivo de Dom Alberto, junto ao Padre Jonas Abib, para o Reconhecimento Pontifício da Comunidade, recebido no ano de 2008 pela Santa Sé.

Assista ao depoimento de padre Wagner Ferreira sobre Dom Alberto:

Paternidade e acolhimento

Ao longo de sua trajetória como presbítero, Dom Alberto já ordenou mais de 200 sacerdotes, incluindo os da Canção Nova.

Padre Bruno Costa, missionário da Comunidade Canção Nova, também teve a oportunidade de ser acompanhado pelo arcebispo. Ele recorda que morou quatro anos em Palmas (TO), na época que Dom Alberto era arcebispo desta arquidiocese. Ele, como seminarista da Canção Nova, já cursando teologia, teve a graça de ser acompanhado espiritualmente pelo bispo.

“Ele sempre se mostrou um grande bispo, que acompanhava de perto mesmo. Eu posso dizer que, dentre tantos pontos que destacam a vida sacerdotal de Dom Alberto, o que posso dizer de maneira especial é a sua paternidade, seu acolhimento. É um pastor que realmente conhece suas ovelhas, que busca estar perto, que conhece o cheiro de suas ovelhas verdadeiramente”, afirma padre Bruno.

Padre Bruno conta ainda que, nos quatro anos que conviveu com Dom Alberto, sentiu forte a presença de um bispo muito humano, simples e com uma paternidade que o edificou.

“Nas suas direções, nos seus atendimentos, em cada momento de orientação, eu posso dizer que com ele também experimentei a misericórdia do Senhor. E só posso nesse momento falar: gratidão a Dom Alberto por ter acreditado em mim, gratidão por ter dado esse presente à Canção Nova, porque foi ele o primeiro a acolher os padres da Canção Nova. E eu só posso dizer gratidão a esse grande homem, grande pastor. Parabéns, Dom Alberto Taveira”.

 

 

Novas Comunidades

Por muitos anos, Dom Alberto foi o bispo referencial da CNBB para a Renovação Carismática Católica (RCC) e também, por nomeação da Santa Sé, foi Assistente Internacional das Novas Comunidades. Uma das comunidades que vivenciaram esse acompanhamento do arcebispo foi a Sementes do Verbo.

O fundador da Comunidade Sementes do Verbo, Diácono Georges Bonneval, recorda que, em 2003, encontraram o arcebispo em um congresso em São Paulo e foram convidados por ele a conhecer a arquidiocese de Palmas (TO).

“E com esse chamado, [ele] inaugurou, sem saber, uma aventura de 20 anos. E depois começou a fundação da Comunidade Sementes do Verbo (em 2004). E Dom Alberto se tornou de uma maneira natural, o ‘bispo garante’ dessa comunidade, desde o primeiro momento. O bispo garante é aquele que acompanha particularmente uma comunidade, uma congregação ou uma obra de Igreja, e até hoje Dom Alberto se tornou esse pastor que vigia, que aconselha e ajuda nos discernimentos da comunidade”, lembra.

Diácono Bonneval afirma que Dom Alberto é um grande homem de Deus, um grande pastor e um homem de grande misericórdia, sobretudo com os feridos da vida.

Diante de tantas qualidades de Dom Alberto, ele destaca três: a fé firme, a ampla confiança nas pessoas e a enorme fecundidade vocacional.

“Eu acho que isso é um traço particular, pastoral, de Dom Alberto. Essa grande fecundidade pastoral. Ele acredita na vocação de cada batizado, seja leigo, seja casado, consagrado ou padre. Ele vê, reconhece, encoraja e faz sair o bem de cada pessoa”, enfatiza o diácono.

Georges Bonneval é diácono permanente, casado com Marie-Josette Bonneval, e juntos fundaram a Comunidade Sementes do Verbo. Mais informações no site: www.sementesdoverbo.org

Assista ao Documentário “Vida e Missão de Dom Alberto Taveira Corrêa”, produzido por ocasião dos 30 anos de sua ordenação episcopal

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