Vaticano

Divulgada mensagem para o Domingo do Mar 2020: valorizar os marítimos

Mensagem para o Domingo do Mar de 2020 é do Cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano

Da redação, com Vatican News

O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, através do seu prefeito o Cardeal Peter K.A. Turkson, publicou a mensagem para o Domingo do Mar 2020. Geralmente, o Domingo do Mar é celebrado no segundo domingo do mês de julho para lembrar e rezar de maneira especial pelos que trabalham no mar, longe de seu país, de seus familiares e da Igreja local. Neste ano, por causa da pandemia da Covid-19, muitas celebrações foram adiadas.

A mensagem do Cardeal Turkson inicia com estas palavras: “O Domingo do Mar deste ano deveria ser uma celebração de alegria em vista do centenário marcado para o próximo mês de outubro em Glasgow, Escócia (agora adiado para 2021). A pandemia da COVID-19 forçou muitos países a impor um lockdown e a fechar muitas empresas na tentativa de impedir a difusão do vírus. Todavia, a indústria marítima continuou a operar, acrescentando uma infinidade de desafios à vida dos marítimos, já por si problemática, colocando-os na vanguarda da luta contra o coronavírus”.

O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral reiterou que os navios que transportam cerca de 90% dos produtos que são necessários para homens e mulheres continuam a viver normalmente nessas circunstâncias difíceis. “Apesar do papel fundamental desempenhado pelos marítimos na economia global, um papel de grande importância e necessidade que organizações e instituições tentaram enfatizar durante a crise causada pela Covid-19, as legislações atuais e a política predominante apenas os consideraram”.

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Por este motivo, cardeal Tyrkson ponderou que o Domingo do Mar é uma oportunidade para reavaliarmos o papel dos marítimos e lembrar alguns dos problemas que afetam negativamente suas vidas, e que agora são agravados pela suspeita e pelo medo de contaminação. O prelado alertou também para impossibilidade destes trabalhadores saírem dos navios e terem acesso limitado ao porto. “Os marítimos do navio sofrem isolamento e estresse psicofísico grave que leva muitas tripulações à beira do desespero e infelizmente, de cometer suicídio”.

“Infelizmente, devemos lamentar o fato de que, enquanto os marítimos, com dedicação e às custas de enormes sacrifícios pessoais, estão trabalhando para manter as cadeias de abastecimento em funcionamento, alguns armadores, agências de recrutamento e gerentes sem escrúpulos usam a desculpa da pandemia para revogar suas obrigações para com eles, recusando-se de garantir seus direitos trabalhistas, salários adequados e a promoção de ambientes de trabalho seguros para todos”.

Por fim, o cardeal destacou que a celebração do Domingo do Mar, especialmente pelos cristãos, deve convidar todos a exercerem ‘uma opção preferencial pelos pobres’, marítimos, uma opção de viver em solidariedade com eles. “São João Paulo II definiu a solidariedade uma virtude e chamou de ‘compromisso indispensável para o bem-estar do próximo’. Essa deve ser a nossa atitude em relação a esses marítimos, pois as pessoas que não são pobres apenas porque constantemente expõem suas vidas ao perigo, mas que fazem isso para garantir a circulação de mercadorias para uma economia global saudável, realmente merecem nossa atenção, estima e nossa gratidão”.

Ao final da mensagem, é possível ler um encorajamento aos marítimos: “Não estais sós. Ninguém vos abandonará: no mês de agosto, a intenção da oração universal, que expressa a grande preocupação do Papa Francisco pela humanidade e a missão da Igreja é dedicada ao mundo marítimo. Todas a comunidades católicas do mundo serão convidadas a rezar por todos aqueles que trabalham e vivem no mar, incluindo marítimos, pescadores e suas famílias”.

Oração aos marítimos

Com a mensagem o Dicastério apresentou também uma oração inspirada na Mensagem do Domingo do Mar 2020:

“Ó Virgem Maria, sinal do rosto materno de Deus, com confiança filial, nos dirigimos a vós na atual pandemia. Amparais em vosso coração imaculado os marítimos, os pescadores e seus familiares, que com o seu trabalho estão garantindo comida e outras necessidades básicas para a família humana.

Sinal da proximidade do Pai, apoia-os em suas provações e protege-os de todos os perigos: do isolamento e estresse físico e mental grave, dos longos períodos a bordo de navios, da distância dos familiares, dos amigos e de seu próprio país, do medo de contágio, das tentativas de sequestros de piratas, dos assaltos à mão armada.

Sinal da misericórdia do Filho, Ajuda os capelães e voluntários da Stella Maris a ouvir a gente do mar, tentando responder às suas necessidades materiais e espirituais, estando ao seu lado, aliviando as suas preocupações, defendendo os seus direitos trabalhistas e combatendo a discriminação.

Sinal da fecundidade do Espírito e advogada dos navegadores, reconduz na via da justiça os armadores, as agências de recrutamento e os dirigentes inescrupulosos que, usam a desculpa da pandemia, para cancelar suas obrigações para com os marítimos.

Faz-nos solidários com aqueles que perderam sua renda. Sinal de consolação e de esperança Abraça ternamente as vítimas de coronavírus, especialmente os marítimos que cometeram suicídio. Estrela do Mar, rogai por nós, Amém”.

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