Bispo de Ruy Barbosa (BA) enviou carta a prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos solicitando que fama de santidade de baiana seja investigada
Da Redação, com CNBB
O bispo da Diocese de Ruy Barbosa (BA), Dom Estevam dos Santos Silva Filho, enviou uma carta para o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro. No documento, solicita permissão para a instalação do Tribunal Diocesano que investigará a fama de santidade de Maria Milza.
Ela nasceu em 15 de agosto de 1923, no povoado de Alagoas, município de Itaberaba, e faleceu aos 70 anos de idade, em 17 de dezembro de 1993, com fama de santidade. Diante disso, o envio da carta para instalação do tribunal foi o primeiro passo dado pela diocese para a abertura do processo de canonização da baiana.
Com a instalação do Tribunal, a causa possuirá um postulador que irá atuar como uma espécie de advogado e terá a missão de investigar a vida da candidata à beatificação para verificar seu testemunho de vida e de santidade. Além disso, peritos, mestres e doutores em Teologia iniciarão, oficialmente, os estudos históricos sobre a época em que Maria Milza viveu, bem como a busca por documentos relativos a ela.
Dom Estevam explica que, apesar de tantos anos após a morte de Maria Milza, sua memória continua muito viva. “São centenas de romeiros aos finais de semana que vão até o povoado de Alagoas, em Itaberaba, na Bahia, para rezar junto ao túmulo dela, fazer pedidos e, sobretudo, vão até lá para agradecer a Deus por alguma graça que receberam por intercessão dela”, acrescenta.
O bispo comenta ainda que “muitas foram as pessoas que conviveram com Maria Milza, e que não só receberam graças especiais, mas que puderam crescer na fé e serem aconselhadas. Ela tinha sempre uma palavra acertada para os que a procuravam”.
Trajetória de Maria Milza
Ainda na infância, a bondade de Maria Milza se espalhou por todo o povoado, chamando a atenção de quem residia naquela região. Devota fervorosa de Nossa Senhora, a jovem sempre voltava o olhar para a Virgem Santíssima, suplicando a intercessão pela cura de enfermidades dos que a procuravam, além de ajudar a saciar a fome de quem mais precisava. Aos 15 anos aprendeu a fazer remédios caseiros para aliviar ferimentos.
Em 1950, uma linda mulher, vestida de branco, com o manto azul e raios luminosos que desciam das mãos, apareceu para Maria Milza, Ilza Carneiro e Bernadete Cardoso, na “Pedra do Santuário”, no povoado. As duas últimas correram, ficando apenas Maria Milza diante da aparição. A partir de então, o local passou a ser cuidado com ainda mais carinho, e Maria Milza começou a usar somente roupas brancas e véu.
Os fenômenos místicos ganharam mais intensidade quando Maria Milza estava com cerca de 32 anos. Nesse período, ela teve uma locução interior, escutando uma voz que a dizia que, a partir daquele momento, ela curaria cegos e aleijados e conseguiria saber sobre a vida das pessoas.
Mesmo sem compreender o que acontecia, Maria Milza passou a ser um instrumento nas mãos de Deus: enfermos eram curados e paralíticos e cegos que a procuravam voltavam a andar e a enxergar. Isso fez com que a sua fama de santidade se espalhasse ainda mais.
Fama de santidade
Além disso, “ela sempre apontou para Nosso Senhor e também para Nossa Senhora” e “foi uma grande catequista e incentivadora do amor à Igreja, ao Papa, aos bispos e aos padres”, afirma Dom Estevam. “Maria Milza passou para os devotos essa mesma devoção, de uma fé simples, uma fé que faz com que a Palavra de Deus vá se tornando uma presença, uma semente que vai caindo na terra e vai se multiplicando”, conclui o bispo.