ETAPA ROMANA

Causa de beatificação de Dom Inocêncio López chega ao Vaticano

Após conclusão da fase diocesana em dezembro do ano passado, processo de religioso que atuou no nordeste brasileiro avança para etapa romana

Da Redação, com Regional Nordeste 4 da CNBB

Documentação do processo de beatificação de Dom Inocêncio López foi entregue ao Dicastério para as Causas dos Santos / Foto: Reprodução Regional Nordeste 4 da CNBB

A documentação do processo de beatificação de Dom Inocêncio López Santamaria chegou ao Vaticano. A causa havia encerrado a fase diocesana em dezembro do ano passado, avançado para a etapa romana, e foi entregue nesta sexta-feira, 16.

Agora, o processo terá continuidade com estudos e análises no Dicastério para as Causas dos Santos. O postulador-geral da Ordem dos Padres Mercedários, frei Reginaldo Roberto Luiz, expressou sua felicidade por mais um passo dado. “Apresentemos em nosso apostolado este belo exemplo de caridade redentora e cultivemos a devoção entre os fiéis”, exortou.

A investigação reúne mais de 7 mil páginas com milhares de documentos comprobatórios, laudos, pareceres e testemunhos sobre a vida de Dom Inocêncio. De acordo com o bispo de São Raimundo Nonato (PI), Dom Ronilton Souza de Araújo, a diocese recebeu com alegria a notícia de que o processo avançou para a fase romana.

“Continuemos rezando para que, o quanto antes, este processo possa avançar ainda mais”, manifestou Dom Ronilton, descrevendo Dom Inocêncio como “um grande homem que mereceu o reconhecimento da Igreja pelas suas inúmeras virtudes, pelos seus valores, sendo um modelo e uma referência de santidade para todos nós”.

Trajetória

Inocêncio López Santamaria nasceu, no dia 28 de dezembro de 1874, na aldeia de Sotovellanos, província de Burgos, na Espanha. Aos 15 anos, foi para o seminário da Ordem de Nossa Senhora das Mercês no convento de Poyo, na Galícia. Sete anos depois, foi ordenado padre.

Depois de um tempo, Dom Inocêncio foi nomeado mestre geral da Ordem de Nossa Senhora das Mercês e morou em Roma por 11 anos. Contudo, com a dificuldade de encontrar um sacerdote para ocupar o cargo criado em Bom Jesus do Gurgueia, no Piauí, ele deixou Madri e, com autorização do Papa Pio XI, dirigiu-se à região considerada o polígono da seca. No país, foi o cofundador da Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil.

Dom Inocêncio acreditava na superação da pobreza por meio da educação. Ele construiu mais de 28 escolas somente na zona rural de São Raimundo Nonato. Além disso, entre os documentos descobertos pelo Tribunal Eclesiástico, estão cartas do bispo encaminhadas às autoridades pedindo ajuda para alimentação das famílias, estradas e água. Com sua persistência e ajuda financeira de campanhas, foram construídas mais de 700 km de estradas, escolas em áreas rurais, poços, açudes e capelas entre 1931 e 1958.

Acometido com câncer no fígado, Dom Inocêncio morreu em 9 de março de 1958, no Hospital Espanhol de Salvador, na Bahia. Era um bispo tão popular que seu velório durou cinco dias, passando por cidades da Bahia e Pernambuco até chegar em São Raimundo Nonato. Seu corpo foi sepultado no altar mor da catedral da cidade no dia 14 de março de 1958.

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