Missa solene foi presidida na Catedral pelo administrador apostólico Dom Benedito Beni dos Santos
Jéssica Marçal
Da Redação
A diocese de Lorena (SP) celebra, neste sábado, 15, a festa de sua padroeira, Nossa Senhora da Piedade. O administrador apostólico, Dom Benedito Beni dos Santos, bispo emérito de Lorena, presidiu a missa solene das 10h, na Catedral dedicada à padroeira. A celebração contou com a participação de apenas alguns fiéis, respeitando o decreto diocesano e as orientações sanitárias por causa da pandemia.
A celebração de Nossa Senhora da Piedade coincide com a solenidade litúrgica da Assunção de Nossa Senhora (que, no Brasil, será celebrada neste domingo, 16). Dom Beni explicou que existe uma razão profunda para isso: não se pode separar a Senhora da Piedade da Senhora da Glória. “Aquela que participou de um modo tão profundo e único do sofrimento da Paixão de Cristo foi também a primeira a participar da glória da Sua ressurreição”.
A partir do Evangelho do dia, Dom Beni destacou que, logo após a anunciação, Maria foi apressada à casa de Isabel e Zacarias. “Trata-se da pressa da missionária, daquela que tem necessidade de dar logo uma alegre notícia, uma notícia importante. Ela levava agora em seu ventre o próprio Redentor da Humanidade”.
E ao receber a saudação de Isabel, Maria responde com o canto do Magnificat que, conforme explicou Dom Beni, citando Santo Agostinho, é o canto novo, o canto não só dos lábios, mas da vida. “O Magnificat, o canto novo, é a biografia de Nossa Senhora. O primeiro traço dessa biografia está expresso em todo o Magnificat. Esse canto mostra o primado que a Palavra de Deus exercia na vida de Nossa Senhora”.
Dom Beni ressaltou que o canto de Nossa Senhora é inspirado no canto de Ana, a mulher estéril do antigo testamento que recebeu de Deus a graça de gerar um filho. Nossa Senhora também recorda Abraão, faz referência implícita à libertação de Israel da escravidão do Egito. “Isso mostra que a Palavra de Deus era a casa onde habitava Nossa Senhora”.
O segundo traço dessa biografia de Maria é “o Todo-poderoso realizou maravilhas em mim”. “Quando Maria pronunciou essas palavras, ela pensava na maravilha de uma virgem conceber não só o ser humano, mas conceber o próprio Filho de Deus”, disse Dom Beni, citando ainda outras maravilhas que Deus realizou em Nossa Senhora, como sua imaculada conceição, a sua preservação do pecado por toda a vida, sua assunção ao céu.
Dom Beni destacou ainda um terceiro traço dessa biografia: “todas as gerações me chamarão de Bem Aventurada”. O bispo emérito disse que a assunção de Nossa Senhora ao Céu mostra que ela já participa da obra salvífica de Deus plenamente realizada. E sendo assim, ao contemplar sua assunção, descobre-se o futuro de cada um: um dia participar com ela da salvação plenamente realizada.
“Nossa Senhora é a rainha da igreja que está no céu e da Igreja peregrina neste mundo”, disse ainda o bispo, destacando a relação especial de Maria com cada pessoa da Santíssima Trindade. Ela foi preparada por Deus Pai para ser a mãe do Filho de Deus e concebeu o Filho pelo poder do Espírito Santo.
Dom Beni considerou, por fim, que a devoção a Nossa Senhora consiste em reservar para ela um lugar especial no coração, na família, na comunidade, na cidade. “Quem imita Nossa Senhora está prestando culto a ela. Imitar a intimidade de Nossa Senhora com Cristo. Imitar a sua fé”. Ela observava tudo o que acontecia com o Menino Jesus, guardava em seu coração, meditava, tirava consequências para a sua vida, isso é ter fé, acrescentou o bispo, deixar-se conduzir por Cristo e sua Palavra. “Vamos, pois, nesse dia, fazer de Nossa Senhora, nossa mãe, também a mestra de nossa vida”.