Em mensagem, purpurado pede ao povo birmanês que não ceda à tentação da violência: “A paz é o único caminho”
Da redação, com Vatican News
“Diálogo construtivo que conduza à paz e reconciliação”. É o que pediu o arcebispo de Yangon e presidente da Conferência Episcopal de Mianmar, cardeal Charles Bo. O purpurado divulgou uma mensagem, dois dias após o golpe militar que depôs Aung San Suu Kyi.
A mensagem é dirigida a todos: população de Mianmar, Exército birmanês e líderes da Liga Nacional para a Democracia (NLD). Também é considerado um dos destinatários da carta, Aung San Suu Kyi, o presidente da República Win Myint e a comunidade internacional.
O apelo ao povo birmanês é para manter a calma e não ceder à tentação da violência. “Já derramamos sangue o bastante. Sempre existem maneiras não violentas de expressar nossos protestos. Mesmo neste momento tão difícil, acredito que a paz é o único caminho, que a paz é possível ”, escreveu o cardeal Bo.
Opresidente dos bispos birmaneses reforçou: “A paz é possível. A paz é o único caminho e a democracia é a luz deste caminho”.
Apelo aos profissionais da saúde e ao exército
O purpurado interpela em particular os trabalhadores da saúde que aderiram a uma campanha de desobediência civil e boicote em sinal de protesto. Dom Bo pede para que continuem a prestar serviços nos hospitais e não abandonem o povo birmanês, principalmente na pandemia.
Em seguida, o arcebispo de Yangon se dirigiu ao exército birmanês. A Força Armada prometeu democracia e eleições, após investigação sobre suposta fraude eleitoral atribuída à Liga Nacional para a Democracia.
Não praticar a violência e sim o diálogo
O cardeal observou que a situação poderia ter sido resolvida com um diálogo mediado por observadores independentes. Que “as palavras sejam seguidas por fatos” e, sobretudo, que não haja violência contra o povo de Mianmar, pediu.
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Libertação após o golpe
Quanto às pessoas presas após o golpe, a mensagem pede libertação imediata. “Não são prisioneiros de guerra, são prisioneiros de um processo democrático. Se vocês prometem democracia, comecem com a libertação deles e o mundo entenderá vocês”, afirmou o purpurado.
Solidariedade e pedido à comunidade internacional
Dom Bo expressou solidariedade a Aung San Suu Kyi. Rezo para que ela possa o mais breve possível estar entre sua gente, declarou.
Por fim, o apelo à comunidade internacional a qual o cardeal Bo pede que não recorra a sanções. Podem “colapsar a economia, jogando milhões na pobreza”, alertou. A única maneira de sair da crise, sublinhou, é envolver os atores políticos na reconciliação.
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Resolver situações com diálogo
O presidente dos bispos birmaneses conclui então, com um renovado apelo para que tudo seja resolvido com diálogo.
Também o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e a Conferência Cristã da Ásia (Cca) divulgaram uma carta pastoral conjunta. Nela, é expressa grande preocupação pelos recentes acontecimentos no país asiático. Também foi pedida solidariedade na oração às Igrejas birmanesas.