Os Museus do Vaticano participam da celebração do Dia Internacional das Mulheres com visitas guiadas especiais para descobrir figuras femininas extraordinárias que, por sua santidade, contribuíram significativamente à vida da Igreja
Da redação, com Vatican News
Fiéis e turistas em visita aos Museus do Vaticano / Foto: wirestock por Freepik
Maria Madalena, Santa Escolástica, Santa Helena, Santa Catarina de Siena e a Virgem Maria: modelos exemplares de feminilidade. Há muitas mulheres na história da Igreja que, ainda hoje, servem de inspiração por meio de suas vidas de santidade.
Pintores ao longo dos séculos dedicaram algumas de suas peças mais significativas da história da arte a essas mulheres.
Ela que torna o mundo lindo
Partindo das palavras do Papa Francisco de que “a mulher é quem torna o mundo belo”, os Museus do Vaticano oferecem pela primeira vez um itinerário especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher: uma visita guiada para descobrir as muitas mulheres extraordinárias que contribuíram significativamente para a vida da Igreja.
A visita começa no Museu Pio-Cristão, passa por muitas representações iconográficas de mulheres que povoam a Galeria de Arte do Museu do Vaticano e culmina no pináculo teológico e artístico da Capela Sistina.
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Três datas estão abertas a todos: a primeira foi realizada no sábado, 4, enquanto as duas próximas datas estão marcadas para esta quarta-feira, 8, e 11 de março. É possível agendar a visita pelo e-mail education.musei@scv.va.
Santa Catarina, a primeira influenciadora da Igreja
Levando-nos de volta cerca de 150 anos está a têmpera da Escola Florentina representando “Santa Catarina Libertando a Jovem Lorenza do Diabo”, entre 1440 e 1450.
A obra exalta uma figura particularmente significativa para a compreensão do papel da mulher na Igreja. “Catarina, de facto”, recorda a Irmã Emanuela, “exerceu sua influência para encorajar o Papa Gregório XI e a corte papal a regressar de Avignon a Roma. Mulher de grandes virtudes, viveu animada por uma intensa vida de oração, que lhe permitiu tornar-se uma mãe espiritual para tantas pessoas que se voltaram para ela”.
Uma mulher corajosa, então, que “não desanimou mesmo diante de suas limitações”. O facto de não saber escrever, por exemplo, nota Irmã Emanuela, não a impediu de “ter 380 cartas escritas sob o seu ditado às pessoas mais influentes do seu tempo. Santa Catarina é um grande exemplo para as mulheres de hoje: ela mudou a sociedade em que viveu com o seu exemplo e, por isso, pertence àquela vertente carismática da Igreja que, guiada pelo Espírito Santo, trabalha para cumprir a vontade de Deus na sociedade, podemos defini-la como a primeira influenciadora da Igreja”.
Maria, um modelo para cada mulher
O passeio termina na presença dos maravilhosos afrescos de Michelangelo na Capela Sistina: “Começamos com a Criação: a história de como Deus fez o homem e a mulher para que tivessem dignidade equânime. Concluímos com o Juízo Final, em que encontramos Nossa Senhora, retratada como a nova Eva, ao lado de seu Filho. A Virgem”, acrescenta a freira, “é a perfeição da feminilidade que pode inspirar as mulheres”.
Papa Francisco: a mulher é quem torna o mundo belo
As visitas guiadas são em italiano ou inglês e estão abertas a todos, desde famílias com crianças até pessoas com deficiências sensoriais, motoras e intelectuais.
No final do passeio fica-se mais consciente de como a história da Igreja é rica com a contribuição de tantas mulheres. “Há muitos ingredientes que compõem o gênio feminino. No Juízo Final”, conclui a irmã Emanuela Edwards, “há muitas mulheres desconhecidas que são, no entanto, santas. A verdade é que muitas mulheres conquistam sua santidade dando o melhor de si para a serviço à família, à sociedade e à Igreja. Hoje recordamos todas as mulheres e agradecemos por cada mulher que contribui para a vida do mundo.”
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