Junto com a rede Thalita Kum, a data recorda as ações contra a exploração e o tráfico humano; Crianças e mulheres são particularmente as mais vulneráveis
Da Redação, com Vatican News
Foto: Yousef Salhamoud via Unsplash
O Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas é recordado nesta terça-feira, 30. A Organização das Nações Unidas (ONU) com o tema “Não deixar nenhuma criança para trás na luta contra o tráfico”. A Rede Internacional da Vida Consagrada contra o Tráfico de Pessoas, Talitha Kum, participa desta ação e a Irmã Avelino alerta: “é necessária uma ação urgente para proteger os grupos mais frágeis”.
Devido às desigualdades culturais, sociais e econômicas, as crianças e as mulheres são particularmente vulneráveis à exploração e ao tráfico humano. As crianças no centro, de modo especial, pedem a nossa atenção, para que cada um proteja e evite que elas se tornem vítimas do tráfico.
A realidade da exploração e do tráfico humano
De acordo com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 152 milhões de crianças entre cinco e 17 anos de idade são vítimas de trabalho infantil. Além disso, cerca de uma em cada três vítimas de tráfico no mundo é uma criança, de acordo com o Relatório sobre Tráfico de Pessoas do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
As diferentes formas dessa violência incluem exploração no trabalho forçado, casamento precoce e forçado, criminalidade, mendicância, tráfico para adoções ilegais, abuso e exploração sexual, inclusive on-line.
As guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, bem como outros conflitos em andamento, aumentam os riscos de abuso em vários níveis. As crianças que estão desacompanhadas ou separadas de suas famílias, inclusive aquelas evacuadas de creches, são particularmente suscetíveis.
De acordo com o relatório do Global Slavery Index 2023, é o “tráfico de orfanatos”, descrito como o recrutamento de crianças em instituições de cuidados residenciais para fins de lucro e exploração. Os traficantes também usam a tecnologia e a Web para anunciar e vender crianças para exploração sexual on-line e para a distribuição de material de abuso sexual infantil.
Nesse contexto, surgem novos desafios na prevenção e no combate ao tráfico, por isso é necessária uma colaboração estratégica, especialmente com as agências de aplicação da lei que têm experiência no combate ao tráfico de pessoas por meio da tecnologia e do monitoramento de plataformas on-line. São necessárias ações urgentes para proteger os grupos mais vulneráveis, especialmente as crianças, contra a exploração e para apoiar as crianças vítimas de tráfico.
Mensagem do Papa Francisco
Em fevereiro passado, por ocasião do último Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o tráfico, o Papa Francisco incentiva a abrir os olhos e ouvidos: “É essencial ter a capacidade de ouvir aqueles que estão sofrendo. Estou pensando nas vítimas de conflitos, de guerras, naqueles afetados pelos efeitos das mudanças climáticas, nas multidões de migrantes forçados, naqueles que são submetidos à exploração sexual ou laboral, especialmente mulheres e meninas. Ouçamos seus pedidos de ajuda, deixemo-nos desafiar por suas histórias”.
Talitha Kum
As redes da Talitha Kum, religiosas e jovens embaixadores em todo o mundo, organizam eventos e campanhas para aumentar a conscientização e prevenir o tráfico usando diferentes modalidades: presencialmente, on-line (há alguns meses, também foi lançado o aplicativo “Walking in Dignity”), na TV e no rádio, com campanhas de rua, nas mídias sociais, convidando todos a participar das mobilizações #EndingHumanTrafficking e #LeaveNoChildBehind.
Talitha Kum é uma rede internacional de religiosas e leigas comprometidas com o combate ao tráfico. A abordagem tem como objetivo educar jovens vulneráveis e aumentar a conscientização sobre o tráfico, visando especialmente mulheres e meninas, migrantes e refugiados e pessoas em risco de tráfico e exploração.
Em 2023, mais de 600 mil pessoas estiveram envolvidas em ações de prevenção. Durante todo o mês de junho, a rede Thalita Kum compartilha em seus canais alguns testemunhos daqueles que participaram da segunda assembleia geral de Talitha Kum em maio passado, cujo 15º aniversário foi comemorado este ano.
Os membros da Talitha Kum sonham com um mundo sem tráfico humano. Esse é um apelo que deve envolver toda a sociedade, o governo e os líderes da Igreja em todos os níveis, bem como cada indivíduo. Deve-se proteger os mais vulneráveis da exploração e do tráfico humano, especialmente as crianças. Todos são chamados a serem embaixadores da esperança, as ações de cada indivíduo têm o poder de transformar vidas com compaixão e criar um mundo livre do tráfico.
