A perda de alguém querido é uma das dores mais profundas que o ser humano pode viver. Ainda assim, há quem encontre, na fé e na memória, forças para transformar a saudade em recomeço.
Reportagem de Vanessa Anicio e Daniel Camargo
Quando a perda chega, o vazio parece ocupar todos os espaços. Após mais de três décadas dividindo a vida com Robson, Eloara se viu diante do adeus àquele que tanto amava.“Quando vem a notícia que realmente ele se foi. É uma dor imensa”, expressou a pedagoga, Eloara Bahia .
A pedagoga buscou um novo caminho para lidar com a ausência e forças para ressignificar o luto ao realizar o último desejo do marido. Dois meses de saudade e Eloara decidiu embarcar com a família para Espanha em um gesto de amor e recomeço. “Para mim foi como uma homenagem, para tudo que a gente viveu. Estávamos juntos ali na dor, mas também realizando sonhos. E foi uma viagem que foi uma viagem de realização dos sonhos do Robson, meu, dos meninos”, lembrou ela.
“O ressignificar é pegar aquela história que foi sofrida, doída e que machucou e trazer um novo sentido para as coisas que vão ficar. É pegar aquele momento e trilhar um caminho mais à frente com tudo que sobrou, com tudo que foi vivenciado e com tudo que vai chegar lá na frente”, analisou o psicólogo, Cleiton Paixão.
Perder alguém dói. Despedir-se de quem se ama nunca é fácil. Ressignificar o luto não significa deixar de sentir, é viver de uma maneira diferente. E muitas vezes nesse caminho, a força que nos sustenta vem de um lugar que acolhe, encoraja e transforma a dor em esperança.
“A certeza da vida eterna que nos foi garantida em Jesus Cristo, a certeza da ressurreição, suaviza um pouco a nossa dor”, afirmou o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Edmar José da Silva.
É esse mesmo conforto que Dom Edmar transmite no livro Provocações Existenciais. Na obra, o bispo reúne reflexões da vida, a dor e as perdas, e mostra como os momentos difíceis podem ser oportunidades de amadurecimento e crescimento interior. “Elas possam também fazer uma autorreflexão e possam sair, digamos assim, mais humanizadas dessa experiência da leitura”, concluiu ele.




