Santuário de Fátima

Conversão é ação essencial para uma vida em Deus, afirma bispo

Dom António Moiteiro presidiu a celebração da Peregrinação Internacional desta segunda-feira, 13 de setembro, em Fátima, Portugal

Da redação, com Santuário de Fátima

Celebração desta segunda-feira, 13, no Santuário de Fátima/ Foto: Santuário de Fátima

Na homilia da Missa Internacional Aniversária desta segunda-feira, 13, Dom António Moiteiro exortou os peregrinos à conversão. Tal ação deve ser vivida pelos fiéis através da interiorização da verdadeira vocação de discípulos de Cristo no amor ao próximo.

O bispo pediu os fiéis para tomarem como guias a intimidade e entrega de Nossa Senhora e o apelo que a Mãe de Deus deixou em Fátima. O pedido é por adoração, oração e vida eucarística.

Dom António começou a sua homilia apresentando o amor como norma de vida cristã. Tal sentimento, explicou o bispo, é capaz de recuperar a comunhão e a fraternidade. Esses sentimentos foram exortados nas primeiras comunidades cristãs. Eles resultaram em “formas muito concretas de ajuda social”.

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“A preocupação pelos necessitados, a atenção aos doentes, o acolhimento aos estrangeiros e refugiados, a assistência aos presos, o cuidado dos mais pequenos e débeis sempre fizeram parte do discipulado cristão”, exemplificou o presidente da celebração.

O bispo sublinhou que esta “relação pessoal e experiência vital das obras de amor” é “caminho para descobrir a verdade do Evangelho”.

Intimidade com Jesus

Trazendo o exemplo de comunhão cristã dos discípulos para os dias de hoje, Dom António reforçou a importância da “profunda intimidade com Jesus”. Segundo o prelado é preciso trazer o exemplo do amor de Jesus ao mundo atual.

“Sem uma profunda intimidade com o Senhor não há seguimento autêntico. (…) . O convite de Jesus a que O sigamos inclui um convite a que nos integremos no Seu projeto. Quem julga que é Seu seguidor e não se interessa pela Sua missão libertadora e salvadora, não se preocupa com os sofrimentos do povo, com a sua fome religiosa, a sua sede de Deus, o seu desejo de aprender, de rezar, de se comprometer, não é verdadeiro seguidor; vive numa ilusão, porque não há seguimento sem missão”, afirmou.

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Ao apresentar Maria como “imagem de quem se confiou ao amor de Deus”, o bispo de Aveiro apontou as Aparições de Fátima. São como “um sinal e um prolongamento da solicitude materna daquela que nos exorta a ouvir e a seguir Jesus”, disse. Sinal este que, considerou o prelado, que continua atual. Principalmente no “apelo à conversão ao amor de Deus, pela adoração, a necessidade da oração, o sacrifício e a vida eucarística” a que exortam a mensagem de Fátima.

Esperança e fé 

Na palavra ao doente, no momento da adoração eucarística, padre Francisco Pereira reforçou a presença de Deus na fragilidade humana. Ele convidou os que atravessam a doença a vivê-la nesta certeza, com esperança e fé.

“Vulnerável e preso na tua doença, assenta a tua vida no poder da fé, da esperança e do amor. Acredita no poder do amor. Na tua carne, dorida e sofrida, completas o que falta à paixão de Cristo. Acredita que o Deus que é amor e que nos gera por amor e para o amor, não te esquece nem te abandona. Ele está contigo para poderes encontrar sentido nos acontecimentos de cada hora, um sentido que ultrapassa os limites da história, mas transforma a própria eternidade”, disse o capelão do Santuário de Fátima.

Recordações

Na palavra final, o cardeal Dom António evocou três acontecimentos. Segundo “os peregrinos de Fátima e os devotos de Nossa senhora não podem permanecer indiferentes” a eles.

O bispo de Leiria-Fátima lembrou o atentado de 11 de setembro de 2001, às Torres Gémeas, nos Estados Unidos da América. A tragédia completou neste ano, 20 anos .

O drama dos refugiados afegãos, “que batem à porta da Europa”, também foi citado. O prelado considerou que a situação retrata a “imagem de um mundo ferido, dividido e fragmentado pela violência do mal, que evoca e grita pela misericórdia do Altíssimo”.

Dom António evocou ainda a viagem apostólica do Papa Francisco à Hungria e Eslováquia. “Dois países que sofreram os horrores da II Grande Guerra Mundial e a opressão de ideologias e regimes totalitários, que perseguiram a Igreja e os cristãos até ao martírio”, pontuou.

O bispo considerou esta presença pontifícia um “símbolo da Igreja em saída”. “Consola, leva a paz e abre caminhos de reconciliação e esperança”, frisou.

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