Comunhão e Libertação

Conheça o Movimento que se uniu ao Papa Francisco em prol da paz

Movimento Comunhão e Libertação promove momentos de oração pela paz; convite do Santo Padre a acompanhá-lo na “profecia pela paz” foi realizado em 2022

Julia Beck
Da redação

Foto: Vatican MediaIPAABACAPRESS.COM

Já pensou receber um convite especial do Papa Francisco? É o que aconteceu com o Movimento Comunhão e Libertação em outubro de 2022. Na ocasião, o Pontífice afirmava que o atual momento que o mundo vive o assustava e pediu ao movimento que o acompanhasse na profecia pela paz.

O convite do Santo Padre não só foi acolhido, como foi colocado em prática. O economista italiano e responsável pelo movimento Comunhão e Libertação no Brasil, Marco Montrasi, recorda: “O Papa nos chamou a ser, junto com ele, profetas de paz” nas muitas realidades.

“Nós quisemos acolher esse convite, primeiro para nos darmos conta do que é esse fator da paz (…), o que pode gerar o diálogo, o que ajuda a criar espaço para uma humanidade nova … A Igreja, com a sua proposta, e nós, o movimento, com aquilo que um dia foi dado como graça, não podemos desperdiçar esta graça só vivendo normalmente a vida, sem dar uma contribuição para ajudar essa mudança que o Papa está pedindo ”.

Montrasi conta que cada lugar onde o movimento está presente passou por uma tomada de consciência e uma análise de como contribuir para a paz no mundo. Para o italiano, a reflexão é válida para todos, afinal, as mães que estão em casa com os filhos, por exemplo, são uma das maiores colaboradoras para a criação de um novo mundo.

Ações

Logo após a Audiência com o Papa, o responsável pelo movimento Comunhão e Libertação no Brasil revela que um panfleto foi preparado com o seguinte título: “A guerra na Ucrânia e a ‘profecia pela paz’”. “Um instrumento oferecido a todos como uma contribuição para compreendermos o valor do juízo do Papa Francisco”, pontua.

Desde então, vêm sendo promovidas iniciativas públicas de oração e diálogo sobre o panfleto. Uma das primeiras ocorreu em Roma, no dia 20 de janeiro, na Sala Magna da Pontifícia Universidade Urbaniana.

Eventos semelhantes ocorreram na Alemanha, Chile, Estados Unidos, Portugal. No Brasil, uma iniciativa foi realizada em Brasília, no dia 24 de fevereiro. Na ocasião, o italiano introduziu um diálogo com o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giambattista Diquattro, e o advogado e membro do movimento, Otoney Alcântara.

“No mundo todo, diversas comunidades promovem momentos de oração do terço ou visita a santuários para rezarem pela paz”, ressalta.

Panfleto do Movimento Comunhão e Libertação /Foto: Movimento Comunhão e Libertação

O que é o Movimento Comunhão e Libertação?

Fundado pelo padre Luigi Giussani, em 1954, o Movimento Comunhão e Libertação nasceu após o sacerdote constatar que a fé tinha se tornado algo distante na vida dos jovens. Cheio desse pensamento, Giussani se comoveu e quis ir para a escola com o desejo de que esses jovens entendessem o que é o catolicismo, o cristianismo, como um encontro com Cristo possível hoje, na contemporaneidade.

“Ele usava uma linguagem que começou a cativar muitos estudantes, porque ele falava de música, falava de amor, falava de beleza, e de tudo aquilo que tinha a ver com a humanidade. Falava que Cristo não era algo distante, separado da humanidade, mas que tinha a ver com a humanidade verdadeira. E era possível encontrá-Lo como João e André, os dois primeiros discípulos, que, num dia inesperado, dentro do cotidiano, foram atrás de um homem que revolucionou a vida deles. E isso começou a acontecer na vida de muitos jovens”.

Desse modo, Montrasi destaca que o movimento começou a se tornar algo que contribuiu para a paz, também naquela época, já que os jovens, após viverem uma experiência de encontro com Jesus, passaram a mudar as muitas realidades que os cercavam. “Essa é a primeira semente da paz: o mundo se torna mais humano”, pontua.

Comunhão e libertação

O economista italiano e responsável pelo movimento Comunhão e Libertação no Brasil, Marco Montrasi /Foto: Arquivo Pessoal

“A fé vivida em comunhão é o fundamento da autêntica libertação do homem”, é o que defende o movimento. Monstrasi sublinha que a comunhão é a origem da libertação, pois o homem precisa se relacionar.

O homem, desde criança, desde os primeiros segundos de vida, depende do outro, constata. Depois, quando se torna adulto, acaba esquecendo que precisa do outro, que o outro é sempre um bem. “Toda pessoa, pelo fato de existir, pode contribuir para a minha humanidade, para a construção do meu ‘eu’, o ‘eu’ é o meu íntimo, aquilo que é mais forte e potente em mim, cresce na medida em que mais consigo me relacionar, criar vínculos e relações”, comenta.

O italiano ressalta que muitos tentam convencer o homem de que sem vínculos ele fica mais livre, mais forte e pode crescer melhor. “É exatamente o contrário, por isso a comunhão: ‘eu sou um nós’. Eu preciso de um lugar, preciso pertencer a algum lugar para ser eu mesmo. Eu sozinho não consigo”, frisa.

Educação

Além da comunhão, da libertação e da paz, a educação é também uma proposta do movimento. De acordo com Montrasi, a educação é fator fundamental.

“O movimento em si é uma experiência educativa, a Igreja é um lugar de educação. (…) A educação é uma experiência, é um fenômeno que ajuda algo que está dentro de você aparecer, florescer”, reflete. A partir de um encontro é possível educar, conclui Monstrasi. 

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