O Papa Francisco recebeu cada um dos regionais, ou seja, dos Estados brasileiros, que integram a CNBB de maio a outubro de 2022, além de fevereiro de 2020; o Regional Sul 4 encerrou as visitas
Da Redação, com Vatican News
Os bispos de Santa Catarina concluíram a visita ad Limina dos 19 regionais que compõem a maior Conferência Episcopal do mundo: a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). As visitas aos dicastérios e ao túmulo dos Apóstolos tiveram início em fevereiro de 2020, foram interrompidas por causa da pandemia e retomadas neste ano de 2022.
Neste período, o Papa Francisco entrou em contato com a realidade de todo o Brasil, de norte a sul do país. Os catarinenses formam o menor regional, o Sul 4, e a audiência com o Santo Padre durou cerca de uma hora e meia.
A modalidade para todos os grupos foi a mesma: uma conversa franca e aberta, onde foram abordados todos os argumentos que os bispos consideram importantes.
O presidente do Regional, Dom Francisco Carlos Bach, bispo de Joinville, ressaltou a “paternidade” do Santo Padre. “Sentimos um homem admirável, que tem um amor imenso pela Igreja e um imenso amor por cada um dos bispos da nossa nação brasileira. Um homem que realmente dispõe-se a estar conosco apesar das dificuldades de saúde em função da idade.”
Segundo Dom Francisco, Francisco é alguém que se dispõe a estar com os bispos, com muito amor. “Tanto que dizíamos: ‘Santo Padre, viva o máximo possível, porque a Igreja precisa do senhor e o Brasil o ama e ama muito’. Ele ficou muito satisfeito e muito feliz com tudo aquilo que ouviu de nós”.
O bispo de Lages, Dom Guilherme Antônio Werlang, tem uma história particular, pois se trata de sua terceira visita ad Limina com três Papas diferentes: João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
“As três foram fenomenais”, afirmou, “cada Papa no seu estilo: com João Paulo II cada bispo tinha alguns minutos particulares. Com Bento XVI, nós fazíamos em grupo, mas não é desta forma com o Papa Francisco, que é todo dialogal”.
Entusiasmado sobre a visita, Dom Guilherme afirmou: “É realmente marcante esta visita ao Santo Padre pela colegialidade que ele nos oferece.”
O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, contou o interesse do Pontífice pelas vocações: “Um dos projetos que o Papa se interessou muito e queria saber como estava funcionando era a questão das vocações, a preparação para o sacerdócio, como estava o número de vocações.”
Dom Wilson conta que foi falado daquilo que é a prática dos bispos do Brasil. “Ele gostou e apenas pediu que tivéssemos a maior seriedade no acompanhamento e que também pudéssemos despertar no coração dos novos sacerdotes um grande espírito apostólico, um grande amor pela Igreja. Deixamos a audiência com o Papa com o coração rejuvenescido”.
Ternura, paternidade e acolhimento
O bispo de Rio do Sul, Dom Onécimo Alberton, destacou três palavras: ternura, paternidade e acolhimento por parte de Francisco.
“Realmente vive em suas veias o espírito de uma igreja sinodal, acolhedora, de quem sabe escutar. Sentimos o quanto seu amor é demonstrado por toda a Igreja do Brasil através de sua paternidade, de seu amor, de sua esperança.”
Para Dom Onécimo, ficaram impressas as palavras do Papa sobre o cuidado com as famílias e com as vocações sacerdotais e religiosas e, sobretudo, “o caminhar próximo com as nossas comunidades, com nossas igrejas locais, com o clero de nossas dioceses, com as lideranças, com os conselhos de pastoral”.