Comissão para a Juventude da CNBB comenta novas orientações para a JDJ; “Ajuda na reflexão de aspectos essenciais da evangelização dos jovens”
Julia Beck
Da redação
Resgatar a importância das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) nas Igrejas particulares, as chamadas Jornadas Diocesanas da Juventude (JDJ), e ajudar na reflexão de aspectos essenciais da evangelização dos jovens.
Este é o objetivo do recente documento apresentado pelo Vaticano com orientações pastorais para a JDJ, segundo a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Irmã Valéria Andrade Leal.
A religiosa, que é apóstola do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), explica que depois da JMJ realizada no Rio de Janeiro em 2013, a celebração do evento em nível diocesano ganhou mais impulso no Brasil.
O documento vaticano, reforça Irmã Valéria, surge para impulsionar questões vocacionais, missionárias, o protagonismo jovem e a alegria de ser jovem na Igreja. A Pastoral para Juventude da CNBB, comenta a assessora, recebeu as orientações com alegria.
Jornada Diocesana da Juventude
Em artigo publicado pela CNBB, o bispo auxiliar de Belém do Pará (PA) e membro da Comissão para a Juventude, Dom Antônio de Assis Ribeiro, explica o que é a Jornada Diocesana da Juventude.
“A JDJ é celebrada mundialmente, em cada uma das dioceses da Igreja e faz parte do processo de preparação para a Jornada Mundial da Juventude que se celebra a cada dois ou três anos”.
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O bispo conta que a coordenação do Setor Juventude de cada Diocese é quem organiza a celebração. As mais variadas expressões juvenis de cada igreja local são envolvidas nessa festividade.
A proposta da JDJ não parte dos bispos das dioceses, mas do próprio Papa. Começou com São João Paulo II, em 1985, e atualmente conta com a atenção e carinho do Papa Francisco.
“É importante momento celebrativo com os jovens e para os jovens. A JDJ busca ser uma experiência de Igreja, de missão, de discernimento vocacional. Ela retoma o chamado universal à santidade e, também, é um momento de integração, de fraternidade universal entre as diversas expressões juvenis”, complementa Irmã Valéria.
Valor e mudanças do evento
O bispo de Valença (RJ) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Dom Nelson Francelino, reforça que a Igreja e os católicos precisam continuar dando continuidade a este interesse pela juventude.
A JDJ visa que a catequese e ação evangelizadora da juventude no cenário internacional sejam guiadas pelas orientações do Papa, da Igreja, das Conferências Episcopais e das Dioceses, frisa o bispo.
“É bonito perceber como o Papa abraça a juventude, como os bispos diocesanos também abraçam a juventude”, comenta.
Visando dar um um novo impulso à celebração da JMJ nas Igrejas particulares, o Papa Francisco fez uma mudança de data. A partir de 2021, esta celebração, tradicionalmente realizada no Domingo de Ramos, acontecerá no Domingo da Solenidade de Cristo Rei.
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A mudança, de acordo com o presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, é uma oportunidade de fechar o Ano Litúrgico com esse abraço generoso e paternal da Igreja na juventude.
“É uma grande alegria acolher as diretrizes e os temas. Queremos trabalhar sempre em sintonia com a JMJ que acontece esporadicamente”, afirma.
JDJ 2021
No Brasil, Irmã Valéria conta que a JDJ 2021 foi realizada em muitas igrejas locais no Domingo de Ramos. A religiosa recorda que o dia também é dedicado aos leigos.
A Comissão para a Juventude informa que haverá uma conversa sobre a mudança com os demais bispos, já que o texto oficial diz que há possibilidade de celebrar a JDJ também em outro dia.
“Vamos nos organizar para a mudança em 2022. Já estamos preparando material de orientação. Este ano, queremos sensibilizar as dioceses que ainda não realizaram a JDJ e compartilhar a mensagem do Papa para esta celebração tão especial”, informa a assessora da comissão.
Pandemia
Com a pandemia da Covid-19, a CNBB instrui paróquias, dioceses e arquidioceses a viverem com segurança a Jornada Diocesana da Juventude. O pedido é que as igrejas locais estejam atentas às autoridades sanitárias locais.
No entanto, Irmã Valéria reforça que as igrejas são incentivadas a serem criativas ao proporem atividades evangelizadoras. “Em 2020 acompanhamos atividades on-line muito bem preparadas e com boa participação”, aponta.
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Segundo a religiosa, a JDJ é uma festa da fé, por isso é importante animar os jovens para que vivam a experiência de pertença à Igreja. “É importante que a juventude se identifique enquanto seguidores de Jesus, como chamados à santidade e capazes de gerar transformação em todos os âmbitos da sociedade”, conclui.